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Juliana AguirreUma caminhada promovida pela Prefeitura de Manaus, nesta sexta-feira, 10/1, pelas ruas do bairro Colônia Antônio Aleixo, na zona Leste, deu início à campanha Janeiro Roxo, movimento mundial de conscientização sobre a hanseníase.
Com o objetivo principal de reforçar que a doença tem tratamento e cura, a atividade reuniu gestores da Secretaria Municipal Saúde (Semsa), Fundação Hospitalar Alfredo da Matta (Fuham), Conselho Municipal de Saúde (CMS), Movimento de Reintegração dos Acometidos pela Hanseníase (Morhan), movimento de escoteiros e moradores, que reforçaram a importância da informação para combater o estigma relacionado à hanseníase.
O subsecretário municipal de Gestão da Saúde, Djalma Coelho, participou da caminhada e destacou o preconceito como barreira que dificulta as ações da saúde para o diagnóstico precoce e consequentemente, para o tratamento e cura da doença.
“O Janeiro Roxo é a intensificação de todo um trabalho realizado pela Semsa de forma rotineira. Nosso objetivo principal é reforçar a mensagem de que a hanseníase tem tratamento gratuito disponível em nossas unidades e quanto mais cedo o diagnóstico ocorrer, maiores as possibilidades de cura e interrupção da cadeia de transmissão. É um fluxo que quando é cumprido, tem impacto direto na saúde coletiva“, ressaltou.
A programação do ‘Janeiro Roxo’ está acontecendo em todos os Distritos de Saúde da Semsa e vai contemplar a intensificação na realização de exames dermatológicos, palestras, rodas de conversa e aplicação do Questionário Suspeição da Hanseníase (QSH).
Causada pelo bacilo de Hansen (Mycobacterium leprae), a hanseníase é uma doença infecciosa crônica, cujo diagnóstico é feito principalmente de forma clínica e epidemiológica. A transmissão ocorre quando uma pessoa doente elimina o bacilo por meio de secreções nasais, tosses ou espirros. A maioria das pessoas infectadas não desenvolve a doença devido à defesa natural da população contra o bacilo.
A fase inicial da doença acontece entre dois a sete anos após a contaminação, com sintomas que geralmente não são percebidos. Esses sinais envolvem lesões que causam diminuição ou ausência de sensibilidade, edema nas mãos e nos pés, febre, dor nas articulações, entupimento e ressecamento do nariz, ressecamento dos olhos, nódulos dolorosos, mal-estar geral, espessamento dos nervos periféricos, especialmente nos olhos, mãos e pés, que resultam em diminuição ou perda de força muscular, especialmente nas pálpebras e membros superiores e inferiores.
Em 2023, a Semsa registrou 102 casos novos de hanseníase e em 2024, foram 91 casos. Entre casos novos, recidivas e retratamento, são 133 usuários em tratamento na capital.
A enfermeira Eunice Jacome, técnica do Núcleo de Controle da Hanseníase da Semsa, assinala que o diagnóstico precoce é a principal ação para prevenir as complicações e interromper a transmissão da doença.
A enfermeira informa que Manaus atualmente está com uma incidência de 4,22 casos por 100 mil habitantes (91 casos novos) e destes 13,64% (12 casos) apresentam o grau II de incapacidade física no momento do diagnóstico – o patamar mais avançado da doença.
No Brasil, a incidência de hanseníase em 2023 foi de 9,67 casos por 100 mil habitantes e a proporção do grau II de incapacidade de 11,5%.
“A hanseníase causa um impacto não apenas na saúde física, mas gera implicações emocionais e sociais significativas, por isso além das ações voltadas ao diagnóstico precoce, mas à ampliação de informações para que a sociedade fique mais esclarecida”, ressalta.
A detecção precoce da hanseníase é mais efetiva por meio do exame de pele e nervos periféricos, que está disponível em todas as unidades da Semsa. Depois da confirmação do diagnóstico, o tratamento gratuito é iniciado, e a primeira dose da medicação elimina os bacilos, interrompendo a transmissão.
É fundamental que pessoas em contato próximo com pacientes diagnosticados também sejam examinadas, por meio de avaliação dermatoneurológica e realização de teste rápido para detecção de anticorpos, como parte da busca ativa de casos para identificação e tratamento precoce.
O tratamento disponibilizado nas unidades é composto por antibióticos específicos, como rifampicina, dapsona e clofazimina, administrados por um período prolongado. A hanseníase é completamente curável, especialmente com diagnóstico e tratamento precoce.
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