Na madrugada desta quarta-feira (7), o presidente do Haiti, Jovenel Moise, foi morto em um ataque a tiros na residência oficial que morava, na capital Porto Príncipe. A informação foi do primeiro-ministro interino do país, Claude Joseph.
Presidente do Haiti e primeira-dama são assassinados em residência oficial – Imagem: Divulgação
O premiê interino afirmou também que a primeira-dama, Martine Moise, levou um tiro e foi hospitalizada. Ela morreu horas depois em um hospital da capital. Jovenel tinha 53 anos e Martine, 47.
Moise dissolveu o Parlamento e governava por decreto há mais de um ano, após o país não conseguir realizar eleições legislativas, e queria promover uma polêmica reforma constitucional.
A oposição o acusava de tentar aumentar seu poder, inclusive com um decreto que limitava os poderes de um tribunal que fiscaliza contratos governamentais e outro que criava uma agência de inteligência que respondia apenas ao presidente.
Ele dizia que ficaria no cargo até 7 de fevereiro de 2022, em uma interpretação da Constituição rejeitada pela oposição. Para eles, o mandato do presidente havia terminado em 7 de fevereiro deste ano.
Em fevereiro, autoridades do país disseram ter frustrado uma “tentativa de golpe” de Estado contra o presidente, que também seria alvo de um atentado malsucedido (veja no vídeo abaixo).
Mais de 20 pessoas foram presas na ocasião, inclusive um juiz federal do Tribunal de Cassação e a inspetora-geral da Polícia Nacional.
A disputa sobre o fim do mandato era consequência da primeira eleição de Moise. Ele foi eleito em outubro de 2015 para um mandato de cinco anos, em um pleito cancelado por fraudes, venceu uma nova disputa no ano seguinte e tomou posse apenas em 2017.
Moise foi eleito com 600 mil votos em um país com 11,3 milhões de habitantes. Pouco conhecido antes das eleições, ele conseguiu vencer com o apoio do ex-presidente Michel Martelly.
Eleições legislativas e municipais estavam agendadas para ocorrer neste ano, mas foram adiadas para 2022. Com o vácuo de poder, Moise manteve a posição de continuar no cargo por mais um ano, apesar das críticas da oposição.