O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, comunicou ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que está com problemas de saúde e pediu para deixar o ministério. A informação é do jornal O Globo. Segundo a publicação, Pazuello alegou que precisará de mais tempo para se reabilitar.
Pazuello pede para sair do Ministério da Saúde – Imagem: Divulgação
Pazuello está pressionado no cargo por conta do pior momento da pandemia vivido pelo país, que vem atingindo números recordes de mortes pelo coronavírus.
Ontem, o Brasil chegou a 15 dias seguidos com recordes da média diária de mortes por covid-19. Foram 1.824 óbitos por dia, na última semana, segundo dados do consórcio de veículos de imprensa, baseado nos dados das secretarias estaduais de saúde. De acordo com os dados de ontem, foram notificadas 1.940 novas mortes em 24 horas, somando 277.216 desde o início da pandemia.
Alguns fatores como o retorno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao cenário eleitoral com um discurso acertou em cheio Bolsonaro, somado ao cronograma incerto de chegada de vacinas contra a covid-19, as suspeitas que Pazuello faltou com a verdade em documento enviado ao Congresso sobre a previsão de vacinas, além do inquérito aberto pela polícia federal sobre a falta de oxigênio no Amazonas podem ser justificativas para o pedido de demissão de Pazuello.
Bolsonaro não está tão disposto a fazer qualquer troca, logo, deve beneficiar o Centrão e auxiliares. Dois médicos cardiologistas são cotados para assumir a Saúde: Ludhmila Abrahão Hajjar, professora associada da USP, e Marcelo Queiroga, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Ludhmila costuma tratar de parlamentares e magistrados em Brasília, com bom trânsito entre autoridades independentemente de seus espectros políticos.