Publicado
2 anos atrásno
Por
Jussara Melo
A ação faz parte do projeto ‘Do Quilombo se fez Samba Raiz’ que tem o objetivo de apresentar a linguagem do samba, suas características, bem como a função e execução dos instrumentos que compõem o gênero musical. As aulas serão ministradas por quilombolas da própria comunidade.
Certificado pela Fundação Palmares em 2014, o Quilombo Urbano do Barranco de São Benedito é conhecido por resistir e manter viva a raiz cultural da família, marcada pelo artesanato, culinária e principalmente pelo samba raiz, uma das expressões musicais que refletem a ancestralidade negra. O reconhecimento como segundo território quilombola urbano do Brasil foi o que levou a comunidade a evidenciar ainda mais seus fundamentos.
Em 2020, o quilombo realizou, de forma inédita, a primeira oficina de percussão aberta ao público geral, que foi ministrada pelos percussionistas da comunidade. A ideia e produção partiu da crioula Rafaela Fonseca, que neste ano, com o apoio da produtora Andarilha, da Caldo Negro Produções, resolveu dar continuidade às aulas.
Segundo a produtora, um dos maiores motivos para seguir com as oficinas foi a ampla participação dos jovens da própria comunidade. “A atividade movimentou muito o quilombo, pois além de gerar renda para os instrutores, a nova geração participou em peso e isso nos animou para planejar essa segunda edição”, disse Rafaela.
Contemplado pelo edital Manaus Pró-Cultura 2022 que atende ao Programa de Cultura Itinerante do Município, da Prefeitura de Manaus, o projeto conta com uma programação de mais de um mês que começa neste sábado, 4 de fevereiro, e segue até o dia 11 de março.
Com duração de aproximadamente 1 hora, as aulas serão compostas por teoria e prática dos principais instrumentos que compõem a percussão e harmonia do samba raiz, como o pandeiro, tantã, surdo, reco-reco, tamborim, agogô, cavaquinho e banjo. Um dos instrutores, Ribamar Neto, ressalta que as aulas foram pensadas para todos aqueles que têm curiosidade de conhecer e se aprofundar no gênero musical.
“Montamos uma dinâmica que começa com a teoria e depois parte para a prática dos instrumentos, abrangendo todo o conhecimento que a gente tem para transmitir, enaltecendo a cultura do samba que é viva em nossa comunidade e desenvolvendo as habilidades técnicas e motoras dos participantes”, disse.
Rômulo Vieira, também instrutor, fala da importância de fortalecer o samba amazonense, em especial o samba do Quilombo Urbano do Barranco de São Benedito.
“É sempre bom a gente transmitir esse conhecimento que nós temos para gerações mais novas e todos que tenham vontade de aprender, isso transmite a vivência e importância que o samba tem pra gente e a musicalidade presente na comunidade”, destacou Rômulo.
As inscrições para participar das aulas podem ser feitas presencialmente no primeiro dia de aula, que ocorrerá na sede do quilombo, localizada na avenida Japurá, 1364, Praça 14 de Janeiro. Os alunos que participarem de 70% das oficinas receberão um certificado ao final da programação.
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