Aparentemente, era só mais uma mansão no bairro do Itaigara em Salvador. Mas lá, mulheres eram negociadas por meio de sorteios de bilhetes virtuais numerados, conhecidos como “rifa”, para realizarem programas sexuais. A casa foi alvo de uma operação realizada na noite de quarta-feira (2) por equipes da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca) e a mulher responsável pelo esquema foi presa em flagrante.
Os investigadores encontraram mais de R$ 32 mil, € 100 e U$ 277, em dinheiro, além de folhas de cheque. Maquinetas de cartão de crédito, cadernos com anotações sobre a prática delituosa e alguns documentos, que configuraram a exploração sexual das mulheres, também foram localizados no interior da casa.
Foto: Haeckel Dias/Polícia Civil
Conforme as investigações da Dercca, a rifa virtual oferecia além da garotas de programa, uma garrafa de uísque. O esquema era divulgado em um perfil da casa de prostituição, no Instagram. Apesar de não encontrar crianças ou adolescentes na casa, a titular de Dercca, delegada Simone Moutinho, afirmou a importância de coibir a prática delituosa contra as mulheres.
“Elas eram ‘coisificadas’ ao serem tratadas como objetos, negociadas em ‘rifa’ e niveladas a bebidas alcoólicas, além da própria exploração sexual. Encontramos seis garotas de programa no imóvel, que confessaram a atividade naquele local”, explicou.
As investigações terão continuidade com o objetivo de apurar a possibilidade de exploração infanto-juvenil. A proprietária da casa foi autuada em flagrante por exploração sexual de mulheres, passou por exames de lesões e está à disposição do Poder Judiciário.
A ação, que contou com o apoio do Núcleo de Inteligência (NI) do Departamento de Polícia Metropolitana (Depom), teve como objetivo a apuração de denúncias acerca da exploração sexual infanto-juvenil. O CORREIO apurou que o esquema funcionava no local há cerca de dois anos e que o imóvel, de alto luxo, com piscina, é alugado.
Foto: Reprodução
Fonte: O Correio