A primeira tragédia pessoal vivida pelo cantor Roberto Carlos foi aos 6 anos de idade.
O rei da música brasileira sofreu um acidente em uma linha férrea, localizada na cidade de Cachoeiro de Itapemirim, na qual estava em festa.
Foto: Divulgação
No dia 29 de julho de 1947, dia de São Pedro, Roberto Carlos foi atropelado por uma locomotiva a vapor e parte de sua perna direita precisou ser amputada.
Ele estava com uma colega de escola na plataforma da estação. O trem se aproximou e a professora puxou a menina temendo que ela caísse. Roberto Carlos estava de costas para os trilhos, se desequilibrou e acabou caindo.
Foto: Divulgação
Ele precisou usar muletas até os 15 anos de idade, quando recebeu sua primeira prótese.
Essa é uma canção na qual o rei fala sobre o acidente:
O Divã
Roberto Carlos
Relembro a casa com varanda
Muitas flores na janela
Minha mãe lá dentro dela
Me dizia num sorriso
Mas na lágrima um aviso
Pra que eu tivesse cuidado
Na partida pro futuro
Eu ainda era puro
Mas num beijo disse adeus.
Minha casa era modesta mas
eu estava seguro
Não tinha medo de nada
Não tinha medo de escuro
Não temia trovoada
Meus irmãos à minha volta
E meu pai sempre de volta
Trazia o suor no rosto
Nenhum dinheiro no bolso
Mas trazia esperanças.
Essas recordações me matam
Essas recordações me matam
Essas recordações me matam
Por isso eu venho aqui.
Relembro bem a festa, o apito
E na multidão um grito
O sangue no linho branco
A paz de quem carregava
Em seus braços quem chorava
E no céu ainda olhava
E encontrava esperança
De um dia tão distante
Pelo menos por instantes
encontrar a paz sonhada.
Essas recordações me matam
Essas recordações me matam
Essas recordações me matam
Por isso eu venho aqui.
Eu venho aqui me deito e falo
Pra você que só escuta
Não entende a minha luta
Afinal, de que me queixo
São problemas superados
Mas o meu passado vive
Em tudo que eu faço agora
Ele está no meu presente
Mas eu apenas desabafo
Confusões da minha mente.
Essas recordações me matam
Essas recordações me matam
Essas recordações me matam
Essas recordações me matam.