Curiosidades Amazônicas
Saiba quem é Emidio Vieira, apontado como o fundador do Boi Bumbá Caprichoso
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1 ano atrásno
Um dos maiores mistérios do Festival Folclórico de Parintins é sobre quem seria o fundador do Boi Bumbá Caprichoso. Isso porque alguns apontam que o Caprichoso foi fundado em Manaus e outros que ele teria nascido de fato em Parintins. Polêmica essa que até hoje geram piadas bovinas.
Como dito, alguns acreditam piamente que o Boi Bumbá Caprichoso foi de Manaus para Parintins e por muito tempo somente a elite parintinense da época brincava nele. O que não é a versão oficial aceita. Pois na versão oficial o Boi Caprichoso é o Boi da Promessa!
O Boi Caprichoso, baseada em algumas versões da tradição oral, dizem que o boi foi fundado por João Roque Cid, Félix Cid e Raimundo Cid, em 20 de outubro de 1913. Os três fundadores seriam irmãos, nascidos em Crato-CE, que se mudaram para Parintins devido ao Ciclo da Borracha. Ainda segundo esta versão, o boi recebeu esse nome devido à sugestão de um advogado, de nome José Furtado Belém, que conhecia um outro boi, de nome Caprichoso, que existia no bairro da Praça 14 de Janeiro, em Manaus. Defensores desta tese alegam ainda que “Touro Galante” seria o apelido do Caprichoso à época.
Por outro lado, alguns moradores antigos da cidade de Parintins afirmam que na verdade, o Galante era um boi fundado em 1913, boi este que foi citado em canções de Lindolfo Monteverde, fundador do CONTRARIO, como seu então rival. O Galante teria sido criado por Emílio Vieira, o “Tracajá”. Após uma briga com os irmãos Cid, estes teriam criado o Caprichoso, em substituição ao Galante, de forma que seria o Caprichoso uma dissidência do Boi Galante, criado, não se sabe exatamente se em 1925 ou 1929.
Existem algumas explicações sobre a origem dos nomes dos Bois, mas uma delas é a mais aceita para a origem dos nomes dos Bois Garantido e Caprichoso, esta explicação refere-se ao Poeta Emídio Vieira e seu amor proibido pela mulher do repentista Lindolfo Monteverde. Ambos apresentavam seus bois todos os anos.
Como não podia ter a mulher de Lindolfo Monteverde.
Emídio Vieira lançou o seguinte desafio a Lindolfo Monteverde:
“Se cuide que este ano eu vou caprichar no meu boi”.
Lindolfo Monteverde respondeu:
“Pois capriche no seu que eu garanto o meu”.
Assim nasceu o nome, e a rivalidade foi crescendo a cada ano. Existiam outros grupos de apresentação de Bois que foram desaparecendo e apenas os Garantido de Lindolfo Monteverde e o Caprichoso de Emidio Vieira se mantiveram.
Versão Mais Aceita Oficialmente é que o Boi Bumbá Caprichoso é o Boi Da Promessa
A versão mais aceita afirma, baseada em algumas versões da tradição oral, conta que o boi foi fundado por artesãos lavadeiros e pescadores liderados pelos irmãos naturais de Crato no Ceará: João Roque Cid, Félix Cid e Raimundo Cid, em 20 de outubro de 1913.
Segundo essa versão, a família Cid chegou a Parintins entre os anos de 1902 e 1914, assim como muitos retirantes interessados no ciclo da borracha que aportaram em Parintins, porém, quando chegaram, o ciclo estava em seu fim.
Sem condições econômicas para voltar ao Nordeste, Roque teria feito uma promessa a São João Batista: se sua família alcançasse prosperidade ele colocaria um boi de pano preto – assim como os do Nordeste – para brincar nas ruas de Parintins. A promessa foi alcançada e, junto de seus irmãos e um pequeno grupo, conseguiu colocar o Boi para brincar nas ruas da cidade. Assim nasceu o berço do “Garrote Negro” na rua Cordovil, e o nome foi sugerido por Emídio Vieira.
Mais Polêmicas Sobre Essa Versão Aceita
O cantor e compositor Chico da Silva, conhecido por suas célebres toadas para os bois parintinenses, afirmou em 2018, durante o programa Toadas, que o Boi Caprichoso foi fundado em 1924, e o Contrário em 1925. “O Garantido é de 1924 e o Caprichoso de 1925, esse é meu depoimento e vamos parar com essas outras historinhas sem fundamento”.
Basicamente existem três “pais” para o Caprichoso que disputam o título : Roque Cid, Emídio Vieira e Luiz Gonzaga. Sendo que na real NÃO EXISTE UM ÚNICO FUNDADOR. Existem várias pessoas responsáveis por escolher o nome, cor, montar, guardar, zelar, e criar. O Caprichoso não tem vocação para que as pessoas transformem Roque Cid em “único”, “fundador solitário” etc., na esteira do que o Garantido fez com Lindolfo Monteverde.
Roque Cid
Oficialmente no site do Caprichoso é o fundador do Boi Caprichoso. O Caprichoso decidiu, sabe lá por qual cargas d’água, concentrar a fundação do bumbá na figura de Raimundo “Roque” Cid. Comete, de saída, uma grande injustiça com Pedro Cid e Felix Cid, irmãos dele, que também participaram da fundação. No texto publicado na Wikipedia, que a agremiação tem a obrigação de contestar e aprimorar, há aberrações como a de que Luiz Gonzaga era um dos irmãos Cid. Não era. Nunca foi. E só será se nascer de novo, algo tão difícil quanto a missão de quem se acha poderoso o suficiente para reescrever a História.
Emídio Vieira
De acordo com o site oficial do Boi Caprichoso, eles relatam que o boi Caprichoso surgiu das mãos dos irmãos Cid e passou por muitos donos e donas – Emídio Vieira, Luiz Gonzaga, Luiz Pereira – e brincou nas ruas, terreiros e quintais, arrastando homens e mulheres, apaixonando multidões e conquistando todo o Norte do país.
Uma publicação da Agência Folha, de 15 de junho de 1998, afirma que o Boi Caprichoso surgiu em Manaus, em 1914, tendo como fundador José Furtado Belém e Emídio Rodrigues Vieira. O primeiro boi, fabricado por Pedro Cid, foi coberto de cor branca, porque não foi encontrado tecido de cor preta na cidade. Desde então, o Caprichoso é ornamentado com bandeirolas azuis e brancas.
Luiz Gonzaga
Em 2013 (ano do suposto centenário de ambos os bois), ocorreram algumas manifestações em Parintins, organizadas pelos descendentes vivos de Luiz Gonzaga (suposto fundador), estes reivindicavam o reconhecimento de sua família para com a verdadeira identidade do Boi Caprichoso. Segundo a família, a diretoria do Boi Caprichoso, não prezava pela verdadeira história do Boi Azul, principalmente, por ocultar os detalhes históricos da agremiação folclórica. Maria Inácia Gonzaga, filha do suposto fundador, afirmou que o Caprichoso é parintinense, evidenciando ainda que Roque Cid (atualmente, apontado como o fundador da agremiação pela diretoria) era o fundador do Boi Galante.
Luiz Gonzaga foi um pescador humilde que dedicou uma parte de vida simples, na Rua Rio Branco tomando conta da brincadeira do boi bumbá em Parintins tendo ajuda da sua grandiosa e falecida mãe Izolina Gonzaga e de muitos colaboradores e pessoas da família Gonzaga, pessoas ilustres como: Raimundo Dejard Vieira, Acinélcio Vieira e etc.
O pescador Luiz Gonzaga, tio do jornalista Marcos Santos, morreu pobre e pescador, não virou prefeito e nem vice, pois na época em que ficou tomando conta, brincava para se divertir e não fazer da brincadeira um meio de ganhar dinheiro e ficar rico, como muitos ficaram.
Agora uma pessoa que merece todo o respeito da família Gonzaga chama-se Dodózinho Carvalho que foi o único que teve a hombridade de reconhecer o que Luiz Gonzaga fez pelo Caprichoso, teve a feliz ideia de fazer uma casa nova para a Izolina Gonzaga.
Pesquisa de Basílio Tenório
Existe um parintinense chamado Basílio Tenório que desde 1998 pesquisa depoimento, fitas, e através do estudo dos versos antigos tenta explicar a origem dos bois.
Segundo ele, Lindolfo em 1915 brincava num boi chamado “Douradinho” junto com uma moça que faleceu em 1916. Em 1917 funda o Boi Garantido, mas como vai servir o exército o garantido fica nas mãos de “Mundico” Cid, por 4 anos até o retorno de Lindolfo do Exercito, mais ou menos em 1920.
Já o Boi Caprichoso saiu de uma rixa com o boi Galante. Na época por volta de 1925 ou 1926 existia a briga de touros onde os bumbás se chocavam e neste choque o chifre do Galante quebrou e Emídio Vieira botou a culpa nos irmãos Cid, magoados os irmãos Cid criaram em outubro de 1926 o Boi Caprichoso que saiu pela primeira vez nas ruas em 1927.
Com a morte de Felix Cid em 1936 a família não quis mais ficar com o boi que passou para outras mãos.
Eis as datas com o tempo em que cada dono do boi ficou com o Caprichoso segundo Basílio Tenório.
01)-De 1926 a 1936: Família Cid;
02)-De 1936 a 1939: Gito da Maninha;
03)-De 1939 a 1940: Antônio Bobó (velho boboí);
04)-De 1940 a 1941: Nascimento Cid;
05)-De 1941 a 1961: Luís Gonzaga;
06)-De 1961 a 1962: Nilo Gama e José Luís de Menezes;
07)-De 1962 a 1963: Élson e Santarém;
08)-De 1963 a 1966: Ervino Leocádio (Região do Aninga);
09)-De 1966 a 1986: Luís Oliveira.
O real é que o Boi Caprichoso sempre foi feito pelas mãos de muitos. Isso é motivo de orgulho, jamais de vergonha.
Confira um especial do Festival Folclórico de 1985
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