Publicado
3 anos atrásno
Por
Jussara Melo
Suzane von Richthofen, condenada a 39 anos por matar os pais, passou a usar o transporte coletivo para se deslocar entre a prisão e a universidade onde estuda o curso de biomedicina. Alunos e usuários do transporte público flagraram a presa embarcando em um ônibus na semana passada.
Suzane cumpre pena no regime semiaberto e teve autorização da Justiça em setembro para estudar fora da Penitenciária Santa Maria Eufrásia Pelletier, onde cumpre pena. Desde o início das aulas, a presa ia à universidade acompanhada por advogados usando carro de aplicativo na ida e na volta, mas agora tem optado pelo transporte público.
Segundo outros acadêmicos, Suzane passou a ir e voltar de ônibus. Eles contam que ela usa o ponto próximo a universidade e que varia o horário dos coletivos. A presa tem autorização para deixar a prisão às 17h para ir à aula e tem que retornar ao presídio até às 23h45.
Inicialmente, a detenta era monitorada por tornozeleira eletrônica, mas a Justiça determinou que o equipamento fosse usado apenas por 30 dias, que já se esgotaram. Para basear a decisão, a Justiça apontou que ela já foi beneficiada por 24 saídas temporárias e em todas elas voltou à unidade.
Suzane, que cumpre pena no regime semiaberto na P1 de Tremembé (SP), está entre os 263 presos de presídios do Vale do Paraíba que foram aprovados no Enem com a nota mínima para concorrer às vagas diretamente nas faculdades ou por programas de incentivo estudantil do governo federal.
A presa obteve a progressão do regime fechado para o semiaberto em outubro de 2015 e desde então tem benefício a saídas temporárias. Ela também pode deixar a unidade para trabalhar ou estudar, mas depende de autorização da Justiça.
No últimos anos, Suzane vinha tentando iniciar uma faculdade, mas sem sucesso. Em 2020, ela conseguiu uma vaga pelo Sisu no curso de Gestão de Turismo, no Instituto Federal de Campos do Jordão (SP).
Suzane se matriculou, mas não chegou a cursar as aulas por não ter sido autorizada pela Justiça para deixar o presídio.
Em 2017, a presa foi aprovada para o curso de administração em uma instituição católica em Taubaté. Para custear a mensalidade, ela pleiteou o financiamento pelo Fies e foi contemplada. Apesar disso, não concluiu a matrícula.
Já em 2016, a presa recebeu autorização para cursar uma outra graduação. À época, ela tentava frequentar as aulas do curso de administração em uma universidade particular. Com medo do assédio fora da prisão, ela pediu à Justiça para fazer o curso online, mas por falta de recursos tecnológicos e aparato no presídio, teve o pedido foi negado.
Fonte: G1
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