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8 anos atrásno
Pessoas, neste final de semana estive visitando as Ruínas Históricas de Paricatuba, localizada dentro da Vila de Paricatuba, no município de Iranduba, distante a 25 km de Manaus e agora vou mostrar pra vocês um pouco sobre como foi.
A construção deste suntuoso prédio teve início em 1898, a cargo do governo do Estado do Amazonas, para servir como uma grande hospedaria para imigrantes italianos que viriam da Itália para trabalhar no nosso Estado – era um prédio imponente que só.
Porém, alguns anos após a inauguração do prédio, por conta do declínio da borracha, o prédio foi abandonado em plena selva amazônica. Alguns anos se passaram, quando padres espiritanos franceses chegaram para administrá-lo e na sequência, fundaram o Liceu de Artes e Ofícios de Paricatuba, palavra que significa local de grande concentração de Paricás, uma erva alucinógena utilizada nos rituais indígenas.
Após a saída dos padres franceses, foi a vez do local virar “Casa de Detenção” até 1924, para recolher sentenciados. Mais tarde, a obra teve outra mudança de função e desta vez o prédio se transformou em um hospital para receber os hansenianos, porque o Governo da época queria dizer para o mundo que não existia mais essa doença no estado e para tal, esconderam os doentes lá por 60 anos.
Quando foi fundada a Colônia Antônio Aleixo, o último bairro de Manaus em relação ao Rio Negro, começaram a falar que os moradores de Paricatuba estavam contaminando a água que chegava até Manaus. Por isso, decidiram acabar com tudo, primeiramente cortando a água, e posteriormente os mantimentos e então destruíram o hospital e transferiram os moradores para a Colônia.
Durante a visita, falei com o líder comunitário da Vila de Paricatuba, Sérgio Karioca, que nos contou um pouco do seu trabalho frente a manutenção do espaço.
Hoje, do prédio luxuoso e imponente, construído com materiais importados da Europa resta apenas a estrutura de alvenaria. Ela resiste em pé para dar provas de que faz parte da história do estado, apesar do descaso com o patrimônio público.
A distância dos grandes centros urbanos afastou aos poucos, o interesse do poder público e, consequentemente, condenou o local ao esquecimento.
A construção que foi feita para durar a vida toda está pouco a pouco sendo destruídas. Todas essas paredes internas eram revestidas com azulejo, todos os assoalhos eram de pinho, as calhas eram de cobre, as caixas de descarga eram de ferro, em suma, era um material muito caro e de ótima qualidade que foi tudo jogado fora. Um desperdício do dinheiro público.
Se você tem vontade de visitar esse espaço com grupo, Sérgio informa como pode ajudar.
Sou o idealizador do No Amazonas é Assim e um apaixonado pela nossa terra. Gravo vídeos sobre cultura, comunicação digital, turismo e empreendedorismo além de políticas públicas.