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Vídeo: Pai de criança morta invade coletiva da Creche em Blumenau
No último sábado (8/4), Bruno Machado, pai do menino Bernardo Cunha Machado, morto covardemente no ataque ao Centro de Educação Infantil Cantinho Bom Pastor na última quarta-feira (05), invadiu o lugar onde acontecia uma coletiva de imprensa e pediu a palavra.
Imagem: Reprodução
Na ocasião, o cabo da marinha pulou o muro do local, interrompeu a coletiva de imprensa, pegou um microfone de uma das professoras que respondiam para os repórteres e fez um grande desabafo.
A coletiva aconteceu no início da tarde e sábado (08/4), e além da diretora da creche, pais de alguns alunos e outros profissionais da entidade também estarão presentes.
Na ocasião, o pai de Bernardo se dirige a diretora da creche, pede permissão para falar, em seguida ele inicia dizendo que havia saído da casa dele para ir até o local da coletiva para questionar o tipo de perguntas que estavam sendo feitas às professoras que testemunharam a tragédia.
” Pessoal é o seguinte, gente, tive que sair da minha casa pra vir pedi pra vocês rever as perguntas de vocês. Eu já trabalhei com televisão, eu fui editor, eu sei que vocês estão fazendo o trabalho de vocês mas até onde eu tava acompanhando, me perdoe o termo, mas que perguntas ridículas. Como que vocês sujeitam essas heroínas a reviver certos momentos, gente ? Ah, misericórdia pessoal”, diz o pai para os repórteres presentes no local.
E continua: ” Eu não sei quem fez as perguntas,as pedir pra professora detalhes do que tava acontecendo lá dentro?! Gente…”
Em seguida o pai se dirige as professoras e fala “Meninas, vou repetir o que eu disse para Prof.Cely, cada uma de vocês fez aquilo que Deus mandou vocês fazerem na medida do possível que vocês tinham condição de fazer, sintam-se amadas…vocês são heroínas’, disse Bruno.
O pai destaca que o filho estava na creche Cantinho Bom Pastor desde que nasceu. E que a escolha da creche foi fruto de muita pesquisa por um lugar seguro.
“Falha do sistema, o sistema foi falho. Todos nós fomos punidos. Houve falha do sistema, mas o amor vai vencer”, disse o pai de Bernardo.
Em outro momento ele chama atenção para uma das perguntas feitas na coletiva que expôs a forma cruel como o filho morreu, que a esposa estava assistindo e ficou em estado de.choque com a exposição da maneira como o filho morreu na coletiva de imprensa.
” O meu filho tomou uma machadada na cabeça, nos vimos o relatório. Então falei ( se referindo a esposa), ‘amor, pela pancada foi muito rápido, ele não sentiu, ele não sentiu’, depois ela ficou sabendo que ainda tentaram estancar o sangue,” desabafou o pai que disse que a esposa dele passou mal sabendo de detalhes como o filho agonizou, por conta da coletiva de imprensa.
Bruno disse que sentiu a necessidade de ir até a coletiva para intervir na forma como as perguntas estavam sendo feitas e contou que teve que entrar no local pulando o muro.
“Estou todos esses dias tentando ser forte para não surtar. Eu cheguei aqui estava tudo trancado e pensei ‘ gente eu preciso e entrar lá’, e por uma fração de segundos, eu ia agir como um marginal, pulando o muro. Misericórdia”, desabafa o pai.
E conclui: ” Vocês querem continuar, mas não transforma isso aqui num circo não” e finaliza Bruno, pedindo que os veículos de imprensa presentes revejam as perguntas.
O pai de Bernardo deixa a.coletiva de imprensa aplaudido.
