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Manaus, AM, quinta, 21 de novembro de 2024

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Vídeo : PM que se recusou a trabalhar fora do horário, pois precisava amamentar seu filho de 2 anos, acaba presa por desobediência

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Um caso que aconteceu no Maranhão tem chamado bastante a atenção para a Polícia Militar daquele Estado. A soldada da Polícia Militar do Maranhão Tatiane Alves fez uma denúncia nas redes sociais após ser presa, pelo próprio comandante, por se recusar a trabalhar fora do horário de escala. Ela alegou que precisaria amamentar o filho, mas acabou detida por desobediência. As informações são do portal Uol.

O caso ocorreu no dia 5 de setembro, quando a policial estava na equipe de patrulhamento do Batalhão de Turismo, durante um evento no Centro Histórico de São Luís. Por volta das 20h, o comandante da equipe, o tenente Mário Oliveira, exigiu que ela continuasse trabalhando, mesmo após o horário de expediente previsto para aquele dia. O caso foi gravado em vídeo e divulgado por Tatiane.

“Meu filho tem 2 anos e seis meses. Eu trabalharia das 14h às 20h e precisava amamentar. Então ele [Oliveira] disse que iria ligar para o comandante do Batalhão de Turismo e depois me deu voz de prisão em flagrante por desobediência”, conta.

Após ser detida, ela foi encaminhada a um alojamento de policiais no Comando Geral da Polícia Militar, em São Luís, onde ficou presa por 24h, até a expedição de um alvará de soltura solicitado por sua defesa. Assim que saiu da prisão, a PM foi comunicada de que teria que ser transferida de posto.

soldada da Polícia Militar do Maranhão Tatiane Alves

Inicialmente, a policial foi para o 9º Batalhão, que atende outra região de São Luís, mas, após dialogar com o secretário de Segurança Pública do Maranhão, Jefferson Portela, Tatiane foi encaminhada para a Patrulha Maria da Penha, voltada a reprimir casos de violência contra a mulher.

No entanto, ela ainda não está trabalhando porque está fazendo tratamento psicológico e diz não ter medo de sair da polícia por divulgar o ocorrido no Centro Histórico.

“O medo de ser exonerada eu já não tenho mais. Porque não adianta a gente ficar em um ambiente de trabalho onde você adoece, e eu já adoeci. Eu permaneci um ano afastada para trabalhar meu psicológico, e quando eu pensei que algo poderia mudar, eu vi que não. Não muda. O ambiente militar é complicado, principalmente na polícia”, desabafou.

O UOL entrou em contato com o tenente Mário Oliveira. Ele afirmou não ter autorização do comando da PM para tratar do assunto.

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Questão de voz

Tatiane já havia denunciado um outro caso, de assédio sexual, que ela afirma ter sofrido na cidade de Imperatriz, e que também resultou em transferência para outro batalhão. Na época, em 2020, ela gravou um vídeo relatando o caso e também compartilhou nas redes sociais.

Em 2021, a policial decidiu criar um perfil no Instagram para divulgar casos de abuso dentro da polícia, o @relatosdeabusomilitar.

“Assédio na Polícia Militar eu sofro desde o curso de formação e muitos policiais sofrem assédio moral, principalmente, e abuso psicológico até o decorrer da profissão. Nenhuma situação é resolvida porque a gente se submete a aceitar para não perder o emprego. E quando fazemos algum tipo de denúncia, quem sofre é a vítima. A denúncia que enviamos é para a Corregedoria, que é formada por oficiais. E, na maioria, as situações de abuso são cometidas por oficiais contra os praças”, afirma.

Procuradas pelo UOL para responder à denúncia, a Polícia Militar e a Secretaria de Segurança Pública optaram por adotar resposta única. Em nota, a SSP/MA diz lamentar o ocorrido e que “reforça seu comprometimento em mitigar condutas de membros da corporação, incompatíveis com os princípios profissionais e éticos que orientam as atividades do Sistema de Segurança do Maranhão”.

O órgão diz que “as providências cabíveis foram adotadas”, bem como que o secretário de Segurança Pública do Maranhão, Jefferson Portela, “tão logo teve conhecimento do caso, convidou a soldada Tatiane Alves no intuito de escutar, acolher e prontamente solucionar o caso. Fato divulgado pela própria em entrevistas”.

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Sou o idealizador do No Amazonas é Assim e um apaixonado pela nossa terra. Gravo vídeos sobre cultura, comunicação digital, turismo e empreendedorismo além de políticas públicas.

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