Publicado
10 meses atrásno
Por
Jussara Melo
O vereador Rubinho Nunes (União Brasil), ex-integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), que pede uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar ONGs que fazem trabalho social na região da Cracolândia, no Centro de São Paulo — em especial contra o Padre Júlio Lancellotti, de 75 anos, fez um vídeo destilando ódio contra o sacerdote.
No registro o vereador do UB incita ódio e profere ofensas contra o Padre Julio Lancellotti, que é coordenador da Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese paulista, que se trata de uma organização de amparo às pessoas em situação de rua.
No vídeo compartilhado mas redes sociais, Rubinho chega a chamar Padre Julio Lancellotti de “cafetão”. “Olha que coisa, mais uma vez toda a esquerda enfurecida, vindo em minhas redes me atacar porque eu pedi uma CPI. Uma CPI para investigar as ONGS que atuam e exploram a miséria no centro de São Paulo. Você anda pelo centro de São Paulo e você é roubado, assaltado e existem ONGs que mantêm as pessoas em situação de rua. A Craco Resiste, por exemplo, distribui cachimbos para usuários. O Júlio Lancellotti atua como um cafetão” dispara o vereador.
Um dos fundadores do Movimento Brasil Livre (MBL), que se lançou na política atacando Dilma Rousseff (PT) e Lula, o vereador tem frequentemente usado as redes sociais para incitar ataques de apoiadores contra o padre, alvo principal da CPI. Porém, é público que o religioso não faz parte de nenhuma ONGs.
Padre Júlio Lancellotti é pároco na Paróquia São Miguel Arcanjo, na Mooca, Zona Leste de São Paulo, e diariamente distribui alimentos, peças de vestuário e itens de higiene pessoal para pessoas em situação de rua.
Nas redes sociais, apresenta-se como “defensor dos direitos humanos”. Em 2021, ele quebrou a marretadas blocos de paralelepípedos instalados em viadutos em São Paulo, cujo objetivo era impedir pessoas em situação de rua de se instalarem nos locais.
Em 2023, virou nome de lei: o governo federal regulamentou a Lei Padre Júlio Lancellotti, que proíbe a aporofobia (medo e rejeição aos pobres) por meio da “arquitetura hostil”.
No dia 6 de dezembro de 2023, Rubinho Nunes protocolou um pedido de CPI para investigar ONGs e entidades que fazem trabalho social com pessoas carentes e dependentes químicos na Cracolândia, Centro de São Paulo.
Rubinho chegou a fazer um vídeo se vangloriando por ter conseguido as assinaturas para abertura da CPI em questão de 30 minutos. Depois de colher a assinatura dos colegas, Rubinho Nunes, compartilhou o vídeo nas redes sociais onde afirmou que usaria a CPI para “fazer um raio-x, um exame nas entranhas desse sujeito”, se referindo ao Padre Julio Lancellotti.
“Vou arrastar ele pra cá em coercitiva, nem que seja algemado. Todo mundo vai saber o que tem por trás do Lancelotti”, declarou o vereador que era ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL) até 2022.
“O padre Júlio Lancellotti não é um padre. Ele é um servo do petismo”, diz o vereador, após publicar um vídeo do religioso em evento com Lula no Planalto.
“Ele, e muitos outros, lucram politicamente com o caos instaurado na Cracolândia”, afirma. “Essas ONGs, e o padre Júlio, vão sentar no banco dos réus”, emendou Rubinho Nunes, que incitou os seguidores a propagarem ódio contra o padre, que já atua presencialmente na assistência de pessoas pobres em situação de rua há muitas décadas.
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