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1 ano atrásno
10 de julho de 1884, quase quatro anos antes da princesa Isabel sancionar a Lei Áurea, a província do Amazonas declarava a abolição da escravatura. O documento foi assinado pelo governador Theodoreto Souto, mas é reflexo da luta de várias comunidades negras e abolicionistas do norte brasileiro.
A abolição no Amazonas foi decretada pelo então presidente da província do Amazonas, Theodureto Carlos de Faria Souto, que coincidentemente era cearense. “Ficando assim, e de hoje para sempre, abolida a escravidão e proclamada a igualdade dos direitos de todos os seus habitantes”, diz o histórico decreto.
No dia 10 de julho de 1884, um importante fato histórico marcou o Brasil. Nessa data, quase quatro anos antes da princesa Isabel sancionar a Lei Áurea, a província do Amazonas declarou a abolição da escravatura, tornando-se pioneira nesse movimento. Essa decisão significativa representou um passo crucial rumo ao fim dessa prática desumana que assolava o país há séculos.
O Brasil foi um dos últimos países das Américas a abolir a escravidão, e essa instituição estava profundamente enraizada em sua sociedade. Durante séculos, milhões de africanos foram capturados e trazidos à força para o Brasil, onde eram submetidos a uma vida de trabalho forçado e opressão.
No entanto, ao longo do século XIX, as vozes dos abolicionistas foram se tornando cada vez mais fortes e influentes. Movimentos e ações em prol da liberdade dos escravizados ganharam destaque em várias regiões do país, inclusive no Amazonas. Nesse contexto, a província tomou a iniciativa de abolir a escravidão em seu território antes mesmo da promulgação de uma lei nacional.
A abolição da escravatura no Amazonas foi liderada por um grupo de intelectuais, políticos e militantes abolicionistas que acreditavam que a escravidão era uma afronta aos princípios de liberdade e igualdade. Eles se uniram em uma campanha intensa e persistente pela abolição, mobilizando a opinião pública e pressionando o governo local.
A Sociedade Emancipadora Amazonense, fundada em 1870, da qual foi presidente Terneiro Aranha, de longe cumpria o seu papel de proselitismo.
E o próprio governo, amparado na lei de 24 de abril de 1884, “consignou a quantia de 30 contos de réis, num orçamento de 2.500 contos, para completar as alforrias, ao mesmo tempo proibindo a entrada de novos escravos na Província do Amazonas”.
A 1º de maio de 1884 fora constituída, em Manaus, a “Sociedade Emancipadora 25 de Março”.
Almino Affonso, que há pouco chegara do Ceará, incorpora-se à campanha abolicionista no Amazonas, ao lado de figuras proeminentes da Província, como Lima Bacury José Paranaguá, Leonardo Malcher.
A 24 de maio de 1884, Manaus libertou seus escravos.
Por fim, a 10 de julho de 1884, o presidente da Província, Dr. Theodureto Souto, proclama a emancipação dos escravos no Amazonas:
“Ficando assim, e de hoje para sempre, abolida a escravidão e proclamada a igualdade dos direitos de todos os seus habitantes”. dizia o histórico decreto que declarava a liberdade de todos os escravizados no território. Essa medida foi um marco histórico, demonstrando que a abolição da escravatura era possível e viável, mesmo em um país tão dependente da mão de obra escrava.
A província do Amazonas deu um exemplo para o resto do país, mostrando que a escravidão não era uma prática sustentável e que era necessário avançar rumo à sua erradicação total. Essa ação pioneira fortaleceu o movimento abolicionista em outras regiões e contribuiu para a pressão nacional em prol da liberdade.
Embora a abolição da escravatura no Amazonas tenha sido um evento significativo, é importante ressaltar que o caminho para a liberdade completa e efetiva para todos os escravizados no Brasil ainda estava longe de ser alcançado. A Lei Áurea, que estabeleceu a abolição em todo o país, só seria promulgada em 13 de maio de 1888, quase quatro anos após a ação pioneira do Amazonas.
No entanto, o gesto corajoso e visionário da província do Amazonas em declarar a abolição da escravatura em 10 de julho de 1884 deve ser celebrado como um marco importante na luta pela liberdade e igualdade no Brasil. Esse fato histórico demonstra a força da mobilização popular e o poder de influência que um movimento abolicionista organizado pode ter na transformação de uma sociedade.
Sou o idealizador do No Amazonas é Assim e um apaixonado pela nossa terra. Gravo vídeos sobre cultura, comunicação digital, turismo e empreendedorismo além de políticas públicas.
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