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1 ano atrásno
O folclore da região amazônica se apresenta como um dos mais ricos dentre as culturas regionais dos Brasil, dada a quantidade e a riqueza de suas histórias. O artigo de hoje vem falar um pouco sobre a riqueza dos personagens do folclore amazônico: o boto, Matinta Pereira, Vitória Régia, Macunaíma e tantos outros personagens mais conhecidos, como o Curupira, o Saci, o Caipora e o Boitatá.
Uma das lendas mais famosas da Amazônia, a história conta que o boto é um rapaz muito bonito, elegante e que cobre parte do rosto com um chapéu. Reza a lenda que ele aparece nas festas e tem preferência por moças novas, ingênuas, de preferência virgens.Sensual, tem o poder de conquistar moças novas, e depois de atingir o seu objetivo, corre para o igarapé ou rio mais próximo para se esconder. É grande o número de moças que se aproveitam desta lenda para justificar a gravidez em que o pai não assume a criança.
A lenda conta que existia uma montanha muito grande em Roraima, que era testemunha de um amor entre o sol e a lua. Claro que esse amor era impossível de se concretizar, pois quando a Lua estava se pondo o Sol estava chegando, e vice-versa.De tanto sofrimento, a mãe natureza preparou um encontro para os dois apaixonados, na forma de um eclipse.Desse encontro único, o Sol fecundou a Lua através das águas de um lago, nascendo Macunaíma, o índio nascido nas águas do Monte Roraima.Nas terras de Roraima havia uma árvore em que brotavam vários frutos de uma vez, e os índios a chamavam de “Árvore de Todos os Frutos”. Macunaíma adorava essa árvore e era o seu guardião. Um dia os índios subiram na árvore e começaram a arrancar seus galhos e frutos, seja para comerem, seja para obter mudas para plantar mais árvores daquela, o fato é que a árvore morreu e Macunaíma amaldiçoou a todos, lançando fogo em tudo o que havia e fazendo que as outras árvores virassem pedra. Os mais antigos da região juram de pés juntos que até hoje o espírito de Macunaíma ronda a floresta para chorar a morte da árvore que ele tanto adorava.
É a lenda da mulher que aparece de noite na mata, com um assobio inconfundível. Os caçadores, grupo que mais tem “contato” com Matinta, não formam um consenso se esta é uma velha ou um pássaro, pois ninguém a viu de noite na mata.Matinta Pereira tem um ponto fraco, que é o vício de mascar tabaco, onde os caçadores que gostariam de vê-la gritam para que ela venha buscar tabaco. Matinta não vai buscar na mata, e sim nas primeiras horas da manhã seguinte, batendo à porta da casa do caçador, fato este relatado e que provoca arrepios nas pessoas que tiveram a “experiência” de ver a Matinta pedir fumo na porta. Algumas pessoas que dizem ter visto Matinta, relatam que ficaram paralisadas de medo, pois viram uma velha muito feia, com cabelos espalhados e que ficava flutuando no ar, com os braços abertos. Outros dizem que Matinta é uma maldição, passada de pessoa a pessoa. A transmissão dessa maldição se dá quando Matinta está a pressentir seu fim e começa a vagar perguntando “Quem quer?”, a pessoa que responder que sim fica como a maldição e garante a perpetuidade da lenda.
É uma espécie de serpente gigante, repleta de luz que protege os campos da escuridão. As pessoas que já viram o Boitatá, dizem que é uma grande cobra que vive nos lagos e possui o corpo repleto de luz, com olhos furados onde a luz irradia, assustando animais e pessoas que a encontram. Quando um Boitatá morre, sua luz se irradia pelo campo onde habitava, chamando mais uma cobra da espécie para ser seu substituto.
Com aparência semelhante ao Curupira, o Caipora é um índio que se veste apenas com uma tanga e é apaixonado por cachaça e fumo, seja para fumar como para mascar. Sua principal atividade na mata é afastar os animais da mira de caçadores, que quando encontrados pelo Caipora são distraídos de seu caminho para que se percam e virem a caça dos animais. O pequeno índio vive montado em um porco, correndo pela floresta, salvando os animais da fúria do homem e entregando os homens ao azar na floresta. Dizem que é daí que surgiu que a falta de sorte nos negócios e na vida é um sujeito Caipora, sem sorte.
Uma das lendas mais conhecidas em todo o Brasil, o Saci-Pererê é um menino negro com uma única perna, que se movimenta pulando, que faz muitas travessuras na floresta, com um gorro vermelho na cabeça e um cachimbo na boca, adora andar à cavalo e dar nós em suas crinas.A ele são atribuídas as travessuras que não possuem autor, como a queima de comida nas panelas, o apagar de fogo no fogão à lenha e escondendo coisas que dificilmente são encontradas novamente. Dizem que quando não está a cavalo, o saci vem de dentro de um redemoinho e para que as travessuras do saci acabem, as pessoas jogam facas no meio de um redemoinho, para que ele não volte.
Fruto de uma paixão proibida, onde um índio comum se apaixonou pela mulher do cacique, este índio, não querendo causar transtornos em sua tribo, pediu à Tupã que o transformasse em um pássaro. Tupã o atendeu e o transformou num pássaro bonito, vermelho, que toda noite procurava a sua amada para cantar como nenhum outro pássaro já cantou. Quem ficou fascinado pelo canto foi o cacique e o pássaro, esperando poder enfim ter sua amada, levou o cacique até a floresta, fazendo este ficar perdido para sempre. Diz a lenda que até hoje o Uirapuru canta da mesma maneira, na esperança de que sua amada o reconheça e ele possa a voltar à forma humana, para enfim encontrá-la e viver o seu amor.
Sou o idealizador do No Amazonas é Assim e um apaixonado pela nossa terra. Gravo vídeos sobre cultura, comunicação digital, turismo e empreendedorismo além de políticas públicas.
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