Publicado
7 anos atrásno
Por
Jussara Melo
No ultimo sábado (28/1), foram divulgadas as primeiras imagens feitas de um raro ecossistema formado na região amazônica. O registro foi feito durante a expedição comandada pelo Greenpeace que está identificando e catalogando recifes de corais descobertos há pouco mais de um ano na costa do Amapá.
Os recifes, localizados a 220 metros de profundidade, surpreenderam os pesquisadores que identificaram esponjas, corais e rodolitos e um grande paredão formado por carbonato de cálcio. A estrutura abriga diversas espécies de peixes, como atum e cioba.
A expedição acontece a 100 quilômetros do litoral do Amapá e os pesquisadores estão a bordo do navio Esperanza, considerado o maior barco ecológico do Greenpeace. O acesso às profundezas é feito em dois submarinos.
A expedição iniciou em 24 de janeiro e vai durar ao todo 16 dias pelo Oceano Atlântico.
A descoberta do recife é recente. Eles foram citados pela primeira vez em maio de 2016 por um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que explorou a costa Leste do Amapá, na fronteira com a Guiana Francesa. Os estudos da época utilizaram redes para recolher fragmentos dos corais. A viagem do Greenpeace é a primeira a descer na área.
Como são de água barrenta, eles têm características próprias até então nunca vistas na ecologia marinha e abrangem uma área de 9,3 mil quilômetros quadrados, cerca de 20% maior que a região metropolitana de São Paulo.
A proposta da expedição é chamar a atenção de petrolíferas que ganharam o leilão para explorar a costa do estado, o que, segundo os ativistas, poderia acabar com a vida dos corais. Para o Greenpeace, os recifes estão ameaçados pelo fato de estarem localizados dentro dos lotes a serem explorados pelas duas petrolíferas que ganharam a licitação feita pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), em 2013. O arremate total foi de R$ 802 milhões.
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