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5 anos atrásno
Manaus (AM) – A Amazônia Real, primeira agência de jornalismo independente e investigativo dirigida por mulheres da região Norte do país, acaba de lançar sua primeira campanha de financiamento coletivo mensal no Catarse.me, plataforma consolidada como a casa da mídia livre no país.
A campanha tem duplo objetivo: ampliar a cobertura da agência nos nove estados da Amazônia Legal e fazer com que os jornalistas que integram a rede da agência continuem a percorrer toda a região amazônica para realizar suas reportagens sobre queimadas e desmatamentos na floresta, povos tradicionais, povos indígenas, mudanças climáticas, violação dos direitos humanos e territoriais, regularização fundiária, tráfico de pessoas, desvios de recursos públicos, entre outras pautas fundamentais no momento histórico brasileiro.
Sem apoio financeiro, é praticamente impossível percorrer uma área com mais de cinco milhões de quilômetros quadrados e isso inclui custos com transportes: avião, barco, carro e até motocicleta para chegar ao destino de uma apuração jornalística.
As reportagens da agência são publicadas no site com a licença Creative Commons, o que permite que as matérias possam ser compartilhadas e republicadas gratuitamente.
A Amazônia Real acredita que com o financiamento dos leitores ao jornalismo independente continuará com sua missão de democratizar a informação para que ela chegue não só nas áreas urbanas, mas nas comunidades mais remotas por meio das redes sociais.
Em tempos de ameaças cada vez mais concretas contra a floresta amazônica, a Amazônia Real é um veículo fundamental para revelar os ataques contra a população tradicional e o meio ambiente, por meio do jornalismo que não se rende ao discurso oficial e procura pautas exclusivas e reveladoras.
A Amazônia Real é reconhecida internacionalmente com os prêmios The Bobs, da Alemanha, e o Rei da Espanha de Jornalismo Ibero-América 2019.
“Fazemos um trabalho fundamental em tempos de ameaças contra a floresta amazônica e a seus povos. A Amazônia não está em guerra. Suas populações são pacíficas e detentoras do conhecimento tradicional para manter a floresta viva, mas elas estão sendo atacadas todos os dias por políticas públicas indevidas. Nós jornalistas temos o dever de estarmos atentos a essas ameaças e continuar dando voz a essas populações, além de respeitar a sua ancestralidade”, afirma Kátia Brasil, uma das fundadoras da agência.
Antes de criar a Amazônia Real, sediada em Manaus (AM), Kátia foi correspondente de grandes jornais e teve a oportunidade de conhecer profundamente a região. Cobriu conflitos, massacres, crimes, mas percebeu que as populações tradicionais, principalmente indígenas e quilombolas, são invisíveis na grande imprensa brasileira.
Ao lado de Elaíze Farias, também jornalista experiente na região, teve a ideia de implantar um novo modelo de cobertura jornalística na Amazônia. A proposta era produzir uma cobertura sobre populações da região pouco visibilizadas ou que, quando apareciam na grande mídia, com raras exceções, eram tratadas de forma estigmatizada.
Kátia e Elaíze queriam fazer o contrário: colocar a população tradicional da Amazônia em destaque com suas próprias narrativas nas reportagens que produziriam.
“O nosso diferencial é produzir reportagens sobre histórias nem sempre conhecidas e, preferencialmente, exclusivas, apuradas com rigor e profundidade”, diz Elaíze.
Elaíze Farias destaca que o atual momento é de forte pressão contra populações que, historicamente, já são excluídas socialmente e que, hoje, correm risco de terem seus direitos territoriais, culturais, espirituais e humanos destruídos.
“São pessoas vítimas da especulação de terra, da grilagem, do garimpo ilegal e das doenças trazidas por essas atividades. E são essas mesmas pessoas que lutam e protegem a floresta, cuja existência beneficiam a elas e ao planeta através do equilíbrio ecológico. Muitas delas nunca apareceram em um jornal, uma tv ou um site na internet. Ir até suas comunidades, suas casas, ouvir suas histórias. Só deste modo a imprensa, a sociedade civil, os tomadores de decisão saberão o que acontece com estas populações. Essa é a missão da Amazônia Real”, completa a jornalista.
Para viabilizar esse propósito, a equipe conta com uma rede de jornalistas nos estados do Amazonas, Acre, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Rondônia, Roraima, Pará e Tocantins.
“Nossa experiência mostrava que, na região, o jornalismo precisa de tempo para percorrer as longas distâncias e conquistar a confiança dos entrevistados”, dizem. “Por isso, essa rede de profissionais nos estados é importante para que possamos produzir grandes reportagens”.
A campanha
A campanha “Financie o jornalismo independente na Amazônia” tem a meta mensal de arrecadar doações das leitoras e dos leitores no valor de R$ 10.000. Os apoiadores receberão recompensas de acordo com os valores doados, que variam de R$ 20 a R$ 200 mensais. Entre as recompensas estão o direito de participar de um bate-papo online mensal, pelo Facebook, sobre os bastidores das reportagens na floresta; o direito a voto para escolher reportagens a serem realizadas; e o direito a receber em casa uma foto produzida por profissionais da agência.
Todos os doadores farão parte da Galeria de Apoiadores da Amazônia Real e contribuirão com a democratização da informação, a liberdade de expressão e de imprensa e com os direitos humanos na Amazônia.
Para garantir liberdade e credibilidade, a agência Amazônia Real não recebe recursos públicos. Também não recebe recursos de pessoas físicas ou jurídicas envolvidas com crime ambiental, trabalho escravo, violação dos direitos humanos e violência contra a mulher. Ou seja, o apoio dos leitores é muito importante para que esse jornalismo independente siga em frente.
Para participar da mobilização, clique aqui e escolha o tipo de doação mensal que você pode fazer.
Sou o idealizador do No Amazonas é Assim e um apaixonado pela nossa terra. Gravo vídeos sobre cultura, comunicação digital, turismo e empreendedorismo além de políticas públicas.
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