Uma jovem de 19 anos, que preferiu não se identificar, contou que também foi vítima do estudante de medicina 22 anos, indiciado por crimes de três estupro de vulnerável. As vítimas são as irmãs e uma prima. Ainda há um quarto caso, envolvendo outra prima do rapaz, que está sob investigação da polícia.
A jovem que relatou os abusos também é prima do estudante e irmã de uma das vítimas, de 15 anos, cuja denúncia está sob investigação policial. Contudo, ela contou que decidiu não denunciar o caso porque “quer esquecer” o que aconteceu e seguir a vida sem lembrar dos abusos.
Chorando muito, a jovem, que hoje tem 19 anos, disse que os abusos ocorreram dos 12 aos 14 anos, e que há pelo menos cinco anos não tem nenhum contato com o estudante. Segundo relatou, os abusos aconteciam sempre que ia passar férias na casa da família do estudante.
“Ficavam sempre as meninas juntas. A gente ficava no celular, jogando, assistindo… E do nada, sem as pessoas perceberem, ele me trancava dentro do quarto e pegava nas minhas partes íntimas” detalhou ela.
Bastante emocionada, a jovem contou que o estudante sempre dizia que ninguém acreditaria em sua palavra, caso ela denunciasse o ocorrido.
“Ele sempre falava que se eu falasse, ninguém ia acreditar em mim, que ele era um bom menino na frente da família dele e que ninguém nunca ia desconfiar e iriam me julgar. Iam falar que eu estava mentindo, que estava inventando isso… só por inventar mesmo”, contou a jovem.
Apesar de não ter denunciado o estudante, a jovem diz que espera por justiça e se arrepende de não ter contado dos abusos antes.
“Ele tem pagar o que ele fez. Eu me arrependo muito de nunca ter dado nenhum sinal, porque se eu tivesse falado com alguém, minhas primas eu acho que não teriam passado por isso tudo”, declarou.
A ex-madrasta do estudante e mãe de duas meninas, hoje com três e nove anos, também deu detalhes do que as filhas, irmãs do suspeito, contaram a ela. Ele foi indiciado pelos abusos contra as duas irmãs.
“Ela disse que desde os cinco anos o [estudante] mexe com ela. Ela chorava e tremia para falar. Com muita dificuldade, ela me confirmou”, contou a mãe das vítimas.
Assim como a outra vítima relatou, a mãe das crianças deu detalhes de como as filhas relataram que estudante atraía as vítimas.
“Pelo que eu consegui colher das crianças, ele chamava pro quarto dele, e aí trancava a porta e aconteciam os abusos”, descreveu.
A Polícia Civil do Piauí informou que o estudante usava de “brincadeiras” para abusar das vítimas. Em um dos casos, a delegada Camila Miranda, titular dos três inquéritos finalizados na semana passada, disse que o rapaz cedia o celular para que uma das vítimas usasse para brincar e, em troca, deveria permitir alguns atos.
Segundo a delegada, esse tipo de atitude faz com que as crianças vítimas de crimes sexuais demorem muito tempo para perceber o que está acontecendo, o que faz com que os abusos durem por muito tempo.
Foragido
Agora, a polícia informou que tenta localizar e prender o indiciado. Buscas foram feitas em cinco endereços na capital piauiense e em outro em Manaus (AM), mas ele não foi encontrado em nenhum dos locais. O mandado de prisão preventiva foi expedido pela Justiça no dia 7 de outubro.
A Polícia Federal foi acionada e emitiu alerta para os aeroportos após o estudante de medicina suspeito de estupro de vulnerável ser considerado foragido.
Arrependida e chorando, jovem faz desabafo sobre estudante de medicina acusado de estupro, no Amazonas – Imagem: Divulgação