Ao ser contratado pela família de Monique Medeiros da Costa e Silva para representá-la diante da Polícia Civil e da Justiça, o advogado Hugo Novais argumentou que havia a necessidade de uma mudança radical em sua estratégia de defesa. Ele conta que, para justificar a sua opinião, fez a seguinte pergunta para a mãe do menino Henry: “Você vai querer morrer abraçada a Jairinho?”. A resposta que ouviu foi o estopim para a professora e o vereador tomarem caminhos opostos na tentativa de saírem da cadeia.
A mãe de Henry: troca de advogado e mensagem indicam rompimento com Jairinho Foto: Tânia Rêgol / Fotográfo/Agência Brasil
Separado duas semanas atrás por quilômetros de distância — ela foi para o Instituto Penal Ismael Sirieiro, em Niterói; ele, para Bangu 8 —, o casal abandonou a promessa de “juntos para sempre”. O romantismo ficou no hoje vazio apartamento de classe média alta na Barra da Tijuca no qual os dois moravam com Henry, que morreu no dia 8 de março apresentando 23 lesões incompatíveis com uma queda da cama, versão que Monique e Jairinho sustentaram até serem presos. Os momentos íntimos que partilharam, alguns registrados em fotografias feitas com celulares, agora ameaçam se tornar apenas motivos de arrependimento em meio a uma guerra.
— Monique não quer acusar ninguém. Quer apenas se defender. Passou informações diferentes para a polícia em seu primeiro depoimento. A família optou em contratar uma defesa para que ela não seja responsabilizada por algo que não fez. Ela não concorda de modo algum com o que aconteceu. Pelo contrário, está sofrendo pela morte do filho e por seguir presa pelo que não fez — argumenta Novais. — Com a separação da defesa de Monique e do vereador, isso vai ficar mais claro. Ela não vai morrer abraçada a Jairinho.
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