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Manaus, AM, domingo, 22 de dezembro de 2024

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Conheça um pouco sobre a Nancy Segadilha, a primeira tetraplégica do Brasil que saltou de paraquedas em defesa da inclusão

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Conheça um pouco sobre a Nancy Segadilha, a primeira tetraplégica do Brasil que saltou de paraquedas em defesa da inclusão

Há quase um ano atrás, a advogada e ativista na causa da Pessoa com Deficiência – PCD Nancy Castro Segadilha (36), realizava uma das maiores aventuras de sua vida: Saltar de paraquedas! Nancy disse que foi a caminho não só de um sonho pessoal, mas de uma missão ainda muito maior: a de mostrar para o mundo que as diferenças não fazem diferença. Que o limite, literalmente, é o céu.

A advogada Nancy Segadilha, que aos 21 anos ficou tetraplégica após um acidente de carro em Manaus, teve que se readequar e reaprender a viver e principalmente encarar a nova forma como a vida seria e encontrou nesse desafio uma verdadeira forma de chamar atenção da Sociedade que a Pessoa com Deficiência é capaz e que literalmente o céu é o limite.

Nancy Segadilha / Acervo Pessoal

Nancy Segadilha / Acervo Pessoal

Nancy contou ao portal No Amazonas é assim que “tudo começou com um projeto pessoal a campanha #InclusãoDeverDeTodos e em uma conversa entre amigas tomando gin tônica, uma delas também advogada Leyla Yurtsever perguntou se teria coragem de saltar de paraquedas e já lançou o desafio você não pode andar, mas pode voar e eu como uma legítima capricorniana aceitei, então marquei uma conversa com o instrutor do Paraquedismo Manaus Stanley e o indaguei “você está pronto para realizar o impossível pois, sou tetraplégica e ainda ninguém fez isso no Brasil.” Ele programou tudo com a equipe e no sábado seguinte isso se tornou realidade, no dia 13 julho, dia mundial do tdah usei até o laço laranja. Foi incrível! A inclusão esteve no céu de Manaus. Não imaginava a proporção desse salto, foi uma conquista, parte de um movimento de algo maior. Fui até no programa Encontro com a Fátima Bernardes na globo” revelou a advogada.

Resolvemos perguntar da Nancy, então, quais foram suas expectativas, medos e o que você sentiu durante a decolagem e o salto? De acordo com a ativista ela confessou que “nunca passou pela minha cabeça saltar de paraquedas, antes do acidente automobilístico que me deixou tetraplégica há 14 anos, nem depois, mas o motivo era maior é a minha luta, é a causa que defendo e a bandeira que levanto e sim era por todos nós que somos Pessoas com Deficiência que sofremos preconceito, discriminação diariamente numa sociedade capacitista. Eu acredito que a conscientização é o primeiro passo para a construção de uma sociedade justa, solidária e plural. Na porta do avião sentindo aquele vento forte no rosto era como se não existisse nenhum obstáculo, uma verdadeira sensação de estar viva, livre e gritei inclusão dever de todos e começou a queda livre e eu voei de verdade e naqueles 5 minutos tive uma outra percepção de tudo e o principal o tamanho da minha coragem, eternizei isso com uma tatuagem é meu amuleto para nunca esquecer que tudo é possível.”, contou ao portal

Sabemos da dificuldade que as pessoas com mobilidade reduzida passam em Manaus e só de imaginar alguém saltando de paraquedas foi inevitável não perguntar se esse fator atrapalhou a realização. Ela então nos revelou que “Sim foi um verdadeiro desafio para todos que estavam envolvidos. Lembro que quando o avião decolou passou um filme na minha cabeça quando saí de Manaus para São Paulo de uti aérea foi lutando pela vida e naquele dia estava lutando pela inclusão, um mix de sentimentos estou escrevendo aqui e lembrando do dia vem um sorriso doce no rosto. Teve todo um aparato fui com a cadeira de rodas na aeronave, no próprio avião me tiraram da cadeira e me posicionaram em cima do Stanley e me amarram ele andou comigo até a porta da aeronave eram 4 paraquedistas envolvidos nesse feito, toda uma segurança. Detalhe minha mãe não sabia de nada, assim que estava em solo liguei para ela porque já estava na mídia. Tive apoio da minha irmã Helen meu verdadeiro anjo que sem ela nada seria possível e de vários amigos, duas saltaram comigo a Leyla e a Daniela Cardoso”.

Nancy Segadilha / Acervo Pessoal

Nancy Segadilha / Acervo Pessoal

Pra quem tem limitações físicas e não sabe se pode saltar, a Nancy aconselhou primeiramente procurar uma escola de paraquedismo, conversar com o instrutor e falar todas as suas limitações e esclarecer todas as dúvidas, receios e medo. Se necessário falar também com seu médico. No meu caso já foi indicação e quando conheci o Stanley de cara gostei e confie completamente, é um grande profissional sou fã.

Curioso pelo próximo salto, perguntei se ela já tinha data para o bis, ela então disse que anda não sabe, mas que com certeza merece um bis.

Nancy Segadilha / Acervo Pessoal

Nancy Segadilha / Acervo Pessoal

Nancy aproveitou também para contar um pouco sobre sua luta por PCD. Ela contou que sua jornada iniciou quando perdeu seu pai em 2010 e que era a sua inspiração para o direito. “Retornei para Manaus conclui a faculdade de direito e ali comecei a enfrentar as adversidades de ser uma PcD, a barreira atitudinal é extremamente latente, fiz o exame da ordem oral passei e comecei advogar. O dia a dia muito difícil em virtude da ausência de acessibilidade e nesse momento percebi o quanto era afortunada na frente de milhares de pessoas com deficiência que vivem do BPC, utilizam o transporte público… Então comecei advogando pro bono para os meus pares com algumas mães de crianças PcDs, inúmeras demanda desde uma cadeira de rodas até alimentação parenteral. Recebi o convite do Dr Choy no seu primeiro mandato para presidir a comissão em defesa dos direitos da Pessoa com Deficiência da Oab/Am foi um divisor de águas na minha vida, mesmo sendo voluntário conseguimos avançar no que tange aos direitos das PcDs juntamente com os amigos advogados que aceitaram fazer parte dessa luta, continuei o trabalho como presidente do conselho estadual dos direitos da Pessoa com Deficiência do Amazonas agora numa atuação de fiscalização e normatização da política em atenção a pessoa com deficiência também de forma voluntária seguindo sempre pautada na garantia do cumprimento desses direitos. Fui secretária executiva da extinta SEPED, atuei também como secretária adjunta na sejusc na pasta PcD, criei a campanha INCLUSÃO DEVER DE TODOS estou trabalhando num projeto novo de acessibilidade uma plataforma que irá facilitar as nossas vidas, assim que estiver pronto terei orgulho de anunciar aqui no AMAZONAS É ASSIM.” revelou Nancy.

A experiência foi tão forte que ela eternizou em sua pele uma linda tatuagem aquarelada!

Em nome do portal No Amazonas é Assim gostaríamos de parabenizá-la pela coragem e pela luta!

Nancy Segadilha / Acervo Pessoal

Nancy Segadilha / Acervo Pessoal

 

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Sou o idealizador do No Amazonas é Assim e um apaixonado pela nossa terra. Gravo vídeos sobre cultura, comunicação digital, turismo e empreendedorismo além de políticas públicas.

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