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2 anos atrásno
Uma das tartarugas de água doce mais estranhas da Amazônia é o matamatá. Apesar de feio, e talvez por isso mesmo, o animal é tido como “pet”. Não é um pet normal, mas um “pet exótico” e tem a ásia como seu principal destino. Pois é, carregar a fama de tartaruga mais bizarra do mundo, faz com o que o matamatá seja um fácil alvo do tráfico ilegal de animais selvagens. Milhares são vendidas como pets todos os anos.
O matamatá parece uma rocha coberta de algas ou um amontado de folhas de árvores – isso ajuda quando se esconde na lama, dentro da água, à espreita dos peixes que vai atacar. Tem uma boca enorme, e engole suas presas inteiras em milésimos de segundos.
Com cerca de meio metro, sem ser um grande nadador, ele prefere andar pelo leito dos rios, e sobe à superfície para respirar algumas vezes por hora.
Até pouco tempo atrás, se pensava que existia apenas uma espécie de matamatá, a Chelus fimbriata. Setenta e cinco amostras de DNA desmontaram essa suposição.
Um grupo de cientistas da Colômbia, Brasil, Alemanha e Inglaterra estudou a fundo o matamatá e revelou que, na verdade, são duas espécies distintas, que se separaram 12,7 milhões de anos atrás.
Eles identificaram uma nova espécie como Chelus orinocensis. Sua pesquisa foi publicada no jornal científico Molecular Phylogenetics and Evolution.
É justamente essa espécie a mais visada pelo comércio ilegal de animais selvagens na Colômbia e na Venezuela, segundo a pesquisa. As tartarugas são capturadas recém-nascidas e levadas como pets, às centenas, para Estados Unidos, Europa e Ásia. Recentemente, durante a COP19, houveram medidas para proteger tartarugas matamatá encontradas no Brasil.
Num único lote o ministério do Ambiente da Colômbia descobriu em abril 2.162 matamatás sendo contrabandeados para o Peru, para dali seguir para os grandes mercados. Um animal vale 300 dólares no varejo de pets americano.
A fimbriata é mais escura e vive nas bacias dos rios Amazonas, no Brasil, e Mahury, na Guiana Francesa. A orinocensis é mais amarelada e vive na bacia do rio Negro, no Brasil, e na bacia do rio Orinoco, entre a Colômbia e a Venezuela.
“A carapaça dos matamatás do Orinoco e rio Negro é mais clara e mais oval que a dos animais da bacia do Amazonas, de carapaça escura e mais retangular”, observou o herpetólogo Richard Vogt, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), um dos autores do artigo, para a revista da Pesquisa Fapesp.
Por serem duas espécies, e não uma, será preciso reavaliar o status de conservação do matamatá. Um determinado número de tartarugas pode ser suficiente para garantir a sobrevivência de uma espécie, mas não necessariamente de duas.
“Precisamos proteger esses animais fascinantes antes que seja tarde”, afirmou o professor Mario Vargas-Ramírez, da Universidade Nacional da Colômbia , principal autor do estudo dos matamatás, num comunicado do museu alemão Senckenberg, uma das instituições que fez parte da pesquisa.
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