Uma das práticas mais tradicionais de cura no Estado do Amazonas sempre foi a feita a partir da cura e das orações realizadas pelas benzedeiras, rezadeiras, curandeiras, enfim, pelas pessoas que curam pela natureza e pela fé.
Essa tradição rompeu as adversidades do tempo e ainda se faz presente na sociedade moderna por meio de pessoas que adquiriram esses conhecimentos, principalmente nos municípios do Estado do Amazonas, como Parintins, localizado a 369 quilômetros de Manaus
Esta realidade é apontada na pesquisa intitulada ‘Ainda se benze em Parintins: rezas e simpatias nas práticas das mulheres benzedeiras’, desenvolvida pelo mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia, pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Deilson do Carmo Trindade.
De acordo com o pesquisador, o estudo buscou verificar de que forma ainda ocorre a prática das rezas na sociedade moderna, dando especial atenção ao papel desempenhado pelas mulheres benzedeiras na cidade de Parintins. Por meio do estudo, o pesquisador buscou compreender em que sentido essas mulheres, por meio da cura popular, conseguiam definir seus espaços dentro da sociedade moderna, sem rivalizar com a ciência e a religião.
“Busquei compreender até em que ponto o conhecimento popular das rezas, ervas e plantas tinha crédito dentro de uma sociedade cada vez mais apegada nos remédios industrializados, os conhecidos remédios de farmácia e a opinião médica sobre o assunto. Não tínhamos como finalidade a comprovação da eficácia dos procedimentos das benzedeiras, mas sim, entender a relação entre a benzedeira e benzido”, explicou Trindade.
O estudo apontou ainda que entre os trabalhos mais procurados na cura das enfermidades estão: benzeção para ‘quebranto’, desmentiduras, cobreiro e fogo selvagem, ‘mãe do corpo’, espinha na garganta, panema (mau olhado), entre outras.