Em pleno Dezembro Vermelho, mês de conscientização e combate a AIDS, a falta de preservativos para distribuição gratuita no dispenser da Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado está vazio.
É inadmissível imaginar que uma pessoa que quer preservar sua saúde tendo relações sexuais com segurança procure um posto de saúde para pegar uma camisinha e não consiga porque está faltando. Isso é grave! É preciso que alguma providência seja tomada.
Dispenser com falta de preservativos / foto : Vanessa Campos
Segundo denunciou Vanessa Campos, Representante da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e Aids do Amazonas (RNP+ AM), “todos os meses quando venho buscar os antirretrovirais(coquetel) há desabastecimento do dispenser. A decoração em alusão ao Dezembro Vermelho está desse jeito lá”, lamentou.
Prédio em alusão ao Dezembro Vermelho / foto : Vanessa Campos
Com a ausência do insumo gratuito, também existe o risco de que muitos jovens, independentemente do gênero, deem início à vida sexual desprotegidos e, assim, possam contrair infecções sexualmente transmissíveis.
Ao questionar uma atendente da FMT sobre a falta dos preservativos, Vanessa ouviu que tem preservativo, mas não estão mais colocando mesmo. Ela retrucou se era ordem da gestão, e a resposta foi: Não. É que ninguém falou mais nada.
Em 30 anos de luta contra a aids, 17.786 pessoas receberam o diagnóstico positivo para o HIV no Amazonas. Nos últimos 12 anos (2007-2018), o número de pessoas infectadas com o vírus ainda incurável cresceu quase 30 vezes no Estado. Os dados são do Ministério da Saúde (MS), que divulgou, nesta terça-feira (27), o novo Boletim Epidemiológico de 2018 e mostrou que o Amazonas tem a segunda maior taxa de mortalidade por HIV/Aids.