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6 anos atrásno
Eduardo Gonçalves Ribeiro, o pensador, chegou a Manaus em 4 de janeiro de 1890 e, logo integrou a alta administração do Estado. Ele era uma figura já conhecida dos grupos de movimentos republicanos por grande dedicação à causa, inclusive ao tempo do jornal “O Pensador”, editado no Maranhão, estado natal do ex-governador e o qual serviu de inspiração para o seu apelido também no Amazonas.
A sua morte em terra baré também prossegue emblemática. Mistérios ainda envolvem seu desaparecimento. Um deles, o fundamento pelo qual o óbito não foi registrado em cartório. À época, havia apenas o 1º Cartório, ainda existente e funcionando à rua Leonardo Malcher próximo a rua Ferreira Pena. Não se diga que o livro ou a página foi extraviado, não. Estão lá no cartório para provar a desídia ou o crime.
O falecimento de Eduardo Ribeiro, ocorrido a 14 de outubro de 1900, num afastado subúrbio de Manaus, em uma casa de sua propriedade e residência, continua e continuará em mistério. O local do seu falecimento foi justamente a sua Chácara “O Pensador”.
A chácara O Pensador, local onde residiu e morreu Eduardo Ribeiro ficava na área que hoje é o Hospital Psiquiátrico Eduardo Ribeiro, Fundação HEMOAM, Centro de Convenções Vasco Vasquez, Arena da Amazônia, Vila Olímpica, aquela região alí, do outro lado da rua, uma estação final do Bonde de Manaus à época, na avenida Constantino Nery, no bairro Chapada, em Manaus.
Essa foto abaixo é de uma publicação de 1899 (Arthur Caccavoni – Álbum Amazonas). É possível ver o quarto onde o então governador suicidou-se (ou até mesmo foi assassinado) e é possível perceber que pela janela ser baixa, seria fácil entrar e sair do aposento.
Os dados históricos apontam que a moradia do Eduardo Ribeiro foi somente sua chácara (hoje Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro), pois não há iconografia e nem documentos que provem seu endereço em outra localização. Também não há precisão quanto à data de construção da casa, para isso necessitaria uma investigação específica, pois nem sempre os anos que aparecem nas cartelas de casas antigas comprovam a real data. Tais dados entram em contradição com o material de divulgação do Estado, especialmente quando afirma que o Palacete foi a “última moradia” do ex-governador.
Em 2013 o Jornal do Commercio trouxe uma notícia veiculada no jornal ” O Paiz” que relatava a destruição deste imóvel em um incêndio acidental, no ano de 1908 ainda.
Em 1923, o local da Chácara o Pensador, passou a funcionar o então chamado Asilo de Mendicidade, mudando de nome para Colônia de Alienados Eduardo Ribeiro, até que, em 1982, aos 22 de julho, foi publicada no Diário Oficial do Estado, sob o Decreto Governamental n. 6.472, a criação do Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro – CPER, situado na Avenida Constantino Nery n. 4.307, Chapada – Manaus/Amazonas.
Se você quiser conhecer um pouco mais sobre a história do Eduardo Ribeiro, visite o Museu Casa Eduardo Ribeiro – Palacete Bretislau de Castro, na rua José Clemente, 322 – Centro. Lá possui um acervo de móveis e utensílios domésticos, objetos de uso pessoal, instrumentos de trabalho, vestuários e uma reprodução de uma charrete, todos típicos do final do século XIX e começo do século XX. Ainda há o acervo textual da vida profissional (mensagens, relatórios e fotos) do Eduardo Ribeiro, além de engenheiro, como jornalista, militar e político.
Sou o idealizador do No Amazonas é Assim e um apaixonado pela nossa terra. Gravo vídeos sobre cultura, comunicação digital, turismo e empreendedorismo além de políticas públicas.
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