Após a rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, que durou mais de 17 horas, o governo do Amazonas pediu a ajuda do governo federal para deflagrar ações de combate ao narcotráfico e reforçar a segurança das unidades prisionais estaduais.
O ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes, viajará ainda hoje (2) para a capital amazonense, onde se reunirá com o governador José Melo para avaliar a situação, após à repercussão do caso, que já é considerado o terceiro episódio mais sangrento da história do sistema prisional brasileiro.
Segundo secretário estadual de Segurança Pública, Sérgio Fontes, o motim é mais um episódio da guerra entre facções criminosas que disputam o controle das atividades ilícitas na região, que o objetivo dos integrantes da organização Família do Norte (FDN) ao trocar tiros com policiais militares, render os agentes penitenciários e ocupar os pavilhões da unidade prisional era matar os internos ligados à facção rival, o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Alexandre de Moraes, novo ministro da Justiça e Cidadania
O saldo até o momento somam, 60 mortes, informou o secretário, contraria as informações preliminares da Polícia Militar (PM), que chegou a divulgar à imprensa local que pelo menos 80 presos foram mortos. A rebelião no Compaj só é superada em número de mortos pelo chamado Massacre do Carandiru, no qual 111 detentos foram mortos, em 1992.
As autoridades estaduais pretendem investigar a entrada no presídio das armas usadas pelos presos e se há vínculo entre a rebelião no Compaj e a fuga de 87 presos do Instituto Penal Antônio Trindade (IPAT), ocorrida poucas horas antes do início do motim. A prioridade a transferência dos assassinos, e manter a ordem nas demais unidades prisionais do Amazonas.
Imagem : Secretaria de Segurança do Governo do Amazonas