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11 anos atrásno
Constituído por um grande e aglomerado centro comercial, o bairro da Compensa, na zona Oeste de Manaus tem uma população estimada em 80 mil moradores e 46 anos de existência comemorado no dia 13 de junho. Nesta área a rua Amazonas se destaca em toda sua extensão comercial com uma frequente clientela local e de bairros adjacentes.
Vizinha dos bairros Santo Agostinho ao Norte e Vila da Prata a Leste, além de estar cercada por estaleiros a Oeste e o Rio Negro ao Sul, a Compensa até a alguns anos era tido como um bairro extremamente violento. Isso se deve, de acordo com os moradores mais antigos, a sua origem estar ligada aos constantes conflitos travados entre os próprios moradores, proprietários e o Estado. Hoje o bairro se modernizou mostrando um outro cenário com vistas para o futuro.
Com acelerado processo de urbanização da cidade de Manaus nos anos 60 em decorrência da criação da Zona Franca, a cidade passa a ser o centro preferido para os imigrantes do interior do Estado, além dos Estados vizinhos (especialmente paraenses e nordestinos), que migram esperando encontrar condições de vidas mais favoráveis. A princípio encontraram pobreza, miséria e um longo caminho a percorrer em busca de um lugar ao sol.
Com o processo natural do crescimento populacional da cidade, muitos do que hoje habitam o bairro, não tinha casa e na na expectativa do milagre econômico, se fixaram na orla do rio Negro em casas erguidas sobre balsas flutuantes, formando a conhecida “cidade flutuante”. O bairro conta com a presença do PAC (Pronto Atendimento ao Cidadão), onde são oferecidos serviços dos correios, agência bancária, Detran e várias outras instituições.
Não tem um lugar específico para o comércio, apesar de possuir no entroncamento da avenida Brasil e entrada na rua São Pedro um Mini-Shopping e a Feira Modelo da Compensa, sua área comercial está espalhadas por todo o bairro. É possível encontrar na Compensa de açougue a consultório dentário, etc. Na área da saúde, o bairro conta com o Caic (Centro de Atendimento e Integração da Criança), Unidade Básica de Saúde, Spa Joventina Dias e com o Pronto Socorro da Criança da Zona Oeste.
Na mesma área funciona a as sedes da Prefeitura de Manaus e do Governo do Estado, bem como o 8º Distrito Policial e 8ª CICOM. No setor de lazer e entretenimento o bairro tem à disposição de campos futebol, casas de shows.Em 1964, o governador Arthur Cezar Ferreira Reis, inicia o processo não pacífico de remoção da cidade flutuante. Segundo dados da monografia “A Geografia da Compensa” de Walney Freitas de Figueiredo, bacharel em geografia pela Ufam (Universidade Federal do Amazonas), neste ano, foram construídos conjuntos habitacionais para atender as demandas de moradores, entretanto, não atendiam 1/3 dos sem-tetos, fazendo com que essas pessoas procurassem abrigo invadindo vários terrenos nas imediações do centro. Este foi o caso das terras que pertenciam a família Borel.
Família Borel sofre invasãoVinda da Alemanha, no período da Segunda Grande Guerra, a família Borel fixa residência em Manaus adquirindo parte da área que hoje é conhecida como bairro da Compensa. Sob a responsabilidade de Oscar Borel, morto em 13 de junho de 1968, mesmo ano que inicia o processo de invasão da área. A viúva Maria Borel e mais os 10 filhos do casal não consegue evitar a invasão nas terras da família. Assim começa a surgir o complexo desordenado urbano que é a Compensa vivendo com as promessas de reestruturação do bairro.
Um dado curioso é que o bairro já teve três diferentes denominações. A primeira chamada de Vila de Sapé (relativo ao tipo de palha que cobriam as casas). A segunda de Cidade das Palhas (também devido ao estilo de cobertura das casas) e por último, mas não menos importante o atual nome de Compensa (originado de uma antiga serraria que produzia lâminas de compensado).
Sou o idealizador do No Amazonas é Assim e um apaixonado pela nossa terra. Gravo vídeos sobre cultura, comunicação digital, turismo e empreendedorismo além de políticas públicas.