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Em 1996, a primeira reserva de desenvolvimento sustentável do Brasil foi criada. Era a Mamirauá, pioneira das mais de 30 unidades de conservação da categoria existentes no País.
A nova modalidade demonstrou ser possível fazer uso dos recursos naturais sem exauri-los até a extinção de espécies, mantendo os povos da floresta nela e com respeito às diferentes culturas dos povos tradicionais, dispondo-os como protagonistas e essenciais na conservação do bioma.
A Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã foi criada em 1998, dois anos depois. A unidade de conservação de mais de 2 milhões de hectares abriga cerca de 100 localidades ribeirinhas – entre sítios e comunidades.
É onde foi criada a Casa de Polpa de Frutas, onde ribeirinhos realizam manejo de gado sustentável, onde as caixas de abelhas nativas compõem os quintais, onde pesquisadores realizam estudos importantes para conservação de espécies ameaçadas, como o peixe-boi-amazônico (Trichechus inunguis).
O livro ‘ Sociobiodiversidade da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã (1998-2018): 20 anos de pesquisas’ conta com 17 textos voltados ao público leigo, especialistas ou interessados em entender os diferentes aspectos que moldam a realidade da unidade de conservação de notável relevância na conservação da Amazônia.
Importância constatada ainda anteriormente à criação da unidade de conservação, quando cientistas a indicaram para compor o que viria a ser a área do Corredor Central da Amazônia, um mosaico de cerca de 27 milhões de hectares: área equivalente à extensão territorial da Nova Zelândia.
Para Ana Claudeise Silva Nascimento, líder do Grupo de Pesquisa Territorialidades e Governança Socioambiental na Amazônia do Instituto Mamirauá, foi desafiador colocar diversas áreas para dialogar no livro sobre um território específico. “Durante a produção da obra houve um desafio da interdisciplinaridade entre as áreas envolvidas. O livro é importante nesse cenário por fazer um debate socioambiental de um determinado território, uma unidade de conservação. Além disso, é a primeira obra da instituição que reúne aspectos biológicos, sociais de organização política e de uso dos recursos naturais”, afirma.
A publicação conta com três sessões – aspectos físicos e biológicos, socioeconômicos e demográficos e, por último, relacionados ao uso de recurso naturais. Os 17 textos foram resultados de uma colaboração de cerca de 60 cientistas, entre biólogos, geógrafos, antropólogos e outros pesquisadores que trabalharam juntamente às comunidades ribeirinhas na tarefa de usar a pesquisa científica como instrumento de transformação de realidades.
“Este conhecimento, associado à sabedoria tradicional dos moradores, é o que permite a definição de alternativas eficientes de uso sustentável dos recursos naturais, a principal estratégia de conservação da biodiversidade adotada pelo Instituto Mamirauá”, define o pesquisador do Instituto Mamirauá, Helder Lima Queiroz, na ‘Apresentação’ do livro.
“Nunca é demais enfatizar que é por meio do longo e cuidadoso processo de construção e transmissão de conhecimentos, sejam eles científicos ou tradicionais, que as sociedades humanas conseguem entender de modo peculiar o mundo em que vivem e definir os caminhos que desejam seguir. Estes processos, muitas vezes desprezados pelos governos, são aqueles responsáveis por carregar consigo o futuro de todos nós”, finaliza.
Sou o idealizador do No Amazonas é Assim e um apaixonado pela nossa terra. Gravo vídeos sobre cultura, comunicação digital, turismo e empreendedorismo além de políticas públicas.
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