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Jussara MeloCom a chegada do inverno amazônico, período marcado pelas chuvas intensas, aumenta o risco de acidentes com animais peçonhentos em cidades do Amazonas e em outras regiões da Amazônia. Durante essa época, espécies como aranhas, escorpiões, lacraias ( piolhos de cobra) e cobras deixam seus habitats naturais em busca de abrigo seco e quente, geralmente em quintais, entulhos e até mesmo dentro das casas. Contudo, a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), recomenda cuidados para prevenir acidentes por animais
“Dependendo do tipo de animal, os casos podem agravar. O período chuvoso está diretamente ligado ao deslocamento de animais, como serpentes, aranhas e escorpiões. Essa redução em acidentes por animais peçonhentos é importante, mas é preciso reforçar as medidas preventivas E, em caso de acidentes, procurar atendimento médico imediatamente”, alerta a diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim.
Limpeza e organização são essenciais para evitar acidentes por animais peçonhentos:
– Manter ambientes limpos e organizados: evitar o acúmulo de entulhos, materiais de construção tipo tijolos e lixo, que podem servir como abrigo para animais peçonhentos; vedar frestas em portas (parte debaixo das portas), janelas e buracos no piso é uma medida eficaz para impedir que animais peçonhentos, como cobras e lacraias, os conhecidos “piolhos de cobra”, invadam a residência.
– Utilizar Equipamentos de Proteção Individual (EPIs): em áreas de risco, como florestas, sítios e áreas rurais, é essencial o uso de botas, luvas e perneiras para evitar picadas e mordidas;
– Atenção ao vestuário: ao vestir roupas e sapatos que estiveram guardados por longos períodos, é importante verificar se não há presença de animais peçonhentos;
– Inspeção periódica em residências e áreas de convívio: realizar vistorias frequentes em quintais, jardins e ambientes domésticos para identificar e remover possíveis abrigos de animais peçonhentos.
– Locais como sótãos, porões, garagens e banheiros merecem atenção especial, já que costumam ser esconderijos para aranhas e escorpiões, especialmente os venenosos.
Em caso de acidente por animais peçonhentos, as orientações são:
– Buscar unidade de saúde imediatamente;
– Se houver tempo, fazer a limpeza do local da agressão ou picada;
– Manter o paciente em repouso;
– Se possível, manter elevado o membro agredido do paciente
– Na unidade de saúde, relatar detalhes do animal agressor. Essa informação ajuda a equipe de saúde a definir qual o tipo de soro a ser usado
O Amazonas conta com 96 pontos de atendimento para acidentes por animais peçonhentos. A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), é responsável pela gestão do Programa de acidentes por animais peçonhentos no Amazonas.
Dos 96 pontos, 65 estão distribuídos em serviços de saúde localizados nos 62 municípios do Amazonas, três em zonas rurais, dez em Pelotões Especiais de Fronteira (PEF’s) e 18 em polos base de saúde indígena. A inclusão desses pontos de soroterapia antivenenos em polos base de saúde indígena fazem parte de iniciativa de descentralização de soro antiveneno.
A iniciativa vem sendo realizada em FVS-RCP em parceria com a SES-AM, Fundação de Medicina Tropical – Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) e Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).
De janeiro a setembro de 2024, foram registrados 2.378 acidentes por animais peçonhentos no Amazonas, sendo a maioria com serpentes (1.427), seguidos de escorpião (364) e aranha (255). Em 2023 (janeiro a dezembro), foram registrados 3.158 casos.
De acordo com a diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, a descentralização é necessária para facilitar o acesso ao soros em tempo oportuno, evitando agravamento do caso. “A rapidez no atendimento é estratégico. Em casos de acidentes por animais peçonhentos, é preciso procurar um serviço de saúde imediatamente”, destaca.
Segundo o gerente de zoonoses do Departamento de Vigilância Ambiental da FVS-RCP, Deugles Cardoso, a atenção deve ser dobrada quando o paciente se tratar de crianças ou idosos. “Em acidente por animal peçonhento, as crianças e idosos apresentam maior risco de agravamento da intoxicação, mas, independente da faixa etária é importante buscar unidade de saúde o mais rápido possível”, disse.
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