Uma publicação do perfil História Inteligente tem viralizado ao recuperar uma foto de 1965 de um Curtume em Manaus. Curtume (ou alcaçaria) são operações de processamento do couro cru e, por extensão, ao local onde este processamento é feito. Tem por finalidade deixá-lo utilizável para a indústria e o atacado. Os curtimentos (de curtir) mais comumente utilizados são o vegetal e o mineral, sendo este último o mais utilizado.
De fato, na década de 50 e 60 houve muito o beneficiamento de couros de cobra, jacaré e onça, como uma importante fonte de renda da região Amazônica no passado.
Peles de Animais em Curtume de Manaus na década de 1950 / Fonte : IBGE
A partir da análise da foto que viralizou, existe também um outro texto da fanpage Manaus Sorriso que informa sobre o aspecto capturado no interior de um dos curtumes de Manaus. A estrutura do grande galpão se assemelha ao do Curtume Rio Negro, situado na Ilha de Caxangá e um dos últimos do gênero a encerrar suas atividades.
Além do valor cultural, em face de seu emprego no folclore amazonense, as peles dos animais silvestres alcançavam excelentes preços no mercado internacional, conquistando importante lugar na pauta de exportação do Amazonas.
Em 1967, uma Lei Federal de Proteção Ambiental proibiu a comercialização de todos os tipos de peles de animais silvestres no Brasil, impactando negativamente as atividades dos curtumes do Amazonas.
A maioria fechou de imediato, restando apenas os mais bem estruturados, autorizados a comercializar e curtir peles até 1971.
Além disso, o advento da Zona Franca de Manaus foi fundamental pra que Manaus mudasse novamente a sua matriz econômica e não acabasse com a fauna e a flora do Amazonas!
Foto: Revista Manchete, 10/07/1965