Publicado
1 mês atrásno
Por
Jussara Melo
Nesta terça-feira (15/10), a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) realizou coletiva de imprensa, na sede da Delegacia Geral, para falar sobre a prisão de um pastor acusado do estupro de uma adolescente de 13 anos. Na ocasião, o delegado-geral adjunto da PC-AM, Guilherme Torres, destacou que líderes religiosos que se aproveitam da condição para praticar violência sexual contra crianças e adolescentes, são questões que a Polícia Civil não irá tolerar.
Por meio da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), com apoio do Conselho Tutelar, uma equipe da polícia civil do Amazonas cumpriu, na última segunda-feira (14/10), dois mandados, sendo um de prisão preventiva e outro de busca e apreensão, em nome de um pastor, 54, por estupro de vulnerável contra uma adolescente de 13 anos. A prisão ocorreu no bairro Novo Aleixo, zona norte de Manaus.
“Essa prisão da Depca chama atenção por se tratar de um pastor que deveria zelar pelos fiéis que frequentavam a comunidade, mas ele acabou se valendo da condição de superioridade e se aproveitando da vulnerabilidade social da vítima, para poder ter relações sexuais com ela. A Depca deu toda a atenção para esse caso e esse empenho culminou na prisão desse pastor”, falou o delegado-geral adjunto.
O delegado-geral adjunto ainda relembrou que recentemente, em Coari, distante 363km de Manaus, foi efetuada a prisão de um padre que comandava uma rede de pedofilia no município. Ambos os casos estão inclusos nas mais de 200 prisões, realizadas na capital e no interior, relacionadas a crimes sexuais contra crianças e adolescentes.
A delegada Juliana Tuma, titular da unidade especializada, contou que as investigações iniciaram no dia 26 de setembro deste ano, quando a adolescente teria, desaparecido. Porém quatro dias depois, a adolescente acompanhada da mãe foram até a delegacia, e na ocasião a vítima contou o que estava acontecendo entre ela e o pastor.
“A adolescente contou que conheceu o indivíduo neste ano, na igreja onde ele atuava como pastor, e eles começaram a conversar por meio de uma rede social. O indivíduo utilizava perfis falsos, com nomes de garotas, para marcar encontros com a vítima”, disse a delegada.
Durante depoimento para a delegada, a adolescente contou que estava se relacionando sexualmente com o pastor desde março deste ano. Além disso, o pastor teria induzido a vítima a fugir de casa por duas vezes, passando mais de 20 dias fora, uma vez que a mãe dela não era de acordo com a relação entre a criança e o pastor.
Segundo a delegada, a adolescente relatou que, no primeiro episódio de fuga, o homem pediu que ela fosse para a casa de um conhecido, que foi notificado a prestar depoimento sobre o caso, para que eles pudessem se encontrar.
“Em uma das vezes, a esposa do autor chegou a flagrar a adolescente dentro do carro com ele, próximo a residência deles, e ela não se omitiu e levou a situação ao conhecimento da genitora da adolescente e da comunidade onde o pastor congregava”, citou Juliana Tuma.
De acordo com a delegada, todas as atitudes tomadas pela adolescente eram a mando do pastor. Ele se aproveitava das vantagens financeiras oferecidas à vítima e da sua autoridade como pastor para manipulá-la e controlá-la emocionalmente e psicologicamente.
“A adolescente e a sua família tem pouca condição econômica e, como o homem tem uma vida financeira mais estável, ele oferecia dinheiro e dava presentes, para que pudesse continuar se relacionando sexualmente com ela”, esclareceu a delegada.
Ainda segundo a delegada, na terça-feira, além de cumprir a prisão preventiva do autor, a equipe policial também realizou algumas diligências adicionais em torno do caso, sendo elas junto ao Conselho Tutelar da zona norte 1.
“Fomos até a escola da adolescente, onde ela foi encontrada e reconduzida ao seio familiar, e isso era o que mais zelávamos. Além disso, também cumprimos um mandado de busca e apreensão em uma residência ligada ao indivíduo, onde foram apreendidos materiais eletrônicos que serão periciados”, salientou a delegada.
A delegada Juliana ressaltou, ainda, que a equipe de investigação está trabalhando com a possibilidade de outras vítimas, em razão de terem conhecimento de que outra adolescente teria engravidado do homem. Por isso as investigações irão continuar para apurar a situação.
O pastor responderá por estupro de vulnerável e está à disposição da Justiça.
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