Após seguir o protocolo necessário solicitado pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) e pela Fundação Vigilância em Saúde (FVS) para adentrar na área indígena, o povo Sateré-Mawé do rio Andirá foi beneficiado com ajuda humanitária da Prefeitura de Barreirinha, juntamente com o Governo do Amazonas, através da Fundação Estadual do Índio (FEI). Foram destinados nesta ação cerca de mil unidades de cestas básicas com alimentos não perecíveis.
De acordo com o coordenador do Departamento de Assistência ao Índio, Jecinaldo Sateré, cerca de 945 famílias indígenas foram beneficiadas com cestas básicas nesta primeira etapa, em 27 aldeias.
Cerca de 2,8 mil famílias Sateré-Mawé estão impedidas de deixar as aldeias, obedecendo os decretos de isolamento social, para evitar a proliferação do novo coronavírus. Para assegurar que as cestas básicas chegassem aos indígenas sem riscos de infecção, um agente de endemias foi na viagem, equipado com um pulverizador Sthil Sr 420, com solução de água e Hipoclorito de Sódio, para realizar a desinfecção dos mantimentos e das embarcações.
Entusiasmado, o tuxaua geral Amado Meneses diz que a ajuda humanitária chegou em boa hora para ajudar a população indígena do rio Andirá. “Deus encaminhou vocês na hora que mais precisamos. Nós queremos um parceiro assim. Na hora que a gente mais precisou, a Prefeitura chegou até aqui com alimentação e essas cestas básicas que nós necessitamos”, disse.
Para o presidente do Conselho Geral da Tribo Sateré Mawé, Obadias Garcia, a Prefeitura de Barreirinha, juntamente com o Departamento de Assistência ao Índio (DAI), trabalham intensamente para impedir a chegada do vírus no povo Sateré-Mawé. O presidente critica ainda o abandono do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Parintins da barreira de fiscalização para conter a entrada da Covid-19 na área indígena. “Eu me deparo com uma situação em que o DSEI retirou os seus agentes, e isso é gravíssimo diante da situação que estamos atravessando. Acredito que essa que tomada de decisão é irresponsável no momento mais difícil que estamos enfrentando”, disse.
O tuxaua geral também lamentou o ocorrido. “Nós confiamos tanto em uma pessoa que trabalha na saúde indígena. Eu acredito que ele não tem amor na causa indígena, porque se ele tivesse amor, não teria retirado o povo dele para caminhar para outro lugar e deixou os indígenas na mão”, exclamou Amado Menezes.