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10 meses atrásno
A Prefeitura de Manaus finalizou, nesta terça-feira, 30/1, a instalação de uma ecobarreira no igarapé Beira-Rio, entre as avenidas Beira-Rio e Beira-Mar, no bairro Coroado, na zona Leste da capital. A escolha para implantação do projeto-piloto se deu em virtude de mapeamento georreferenciado das áreas com maior incidência de descarte incorreto de lixo em igarapés da cidade. A ação, coordenada pelo Conselho Municipal de Gestão Estratégica (CMGE), faz parte do programa “Anjos da Floresta”, que consiste em um conjunto de iniciativas de restauração dos ecossistemas urbanos de Manaus.
No local, que passou pela etapa do desassoreamento e da coleta de resíduos sólidos, foram retiradas 30 toneladas de lixo. A ecobarreira, estruturas flutuantes que permitem o bloqueio do escoamento dos resíduos, atua como filtro dos poluentes das águas sem uso de produtos químicos, dá sequência ao programa “Anjos da Floresta”. De acordo com o presidente do Conselho de Gestão Estratégia da Prefeitura de Manaus, José Arnaldo Grijó, esse é o início de um grande projeto de recuperação dos igarapés.
“A Prefeitura de Manaus tem um projeto denominado Anjos da Floresta e ele é um projeto transversalizado. É um projeto que visa recuperar os ecossistemas ambientais de Manaus, que ao longo do tempo foram degradados. Nós escolhemos aqui o igarapé do Coroado. Nós temos mais de cem igarapés na cidade, a gente não tem como fazer todos ao mesmo tempo. Então, isso aqui é um teste-piloto que precisa ainda passar por adaptações e que, à medida que for dando certo, pretendemos levar a outros igarapés de Manaus”, disse Grijó.
Segundo o ativista Mazinho da Carbrás, gestor ambiental na Semmasclima, o trabalho de recuperação do igarapé do Coroado iniciou há três anos, conscientizando a população, acabando com lixeiras viciadas, desassoreando e, agora, começa a fase de purificação.
A ecobarreira funciona com uma “grade” flutuante capaz de conter resíduos sólidos, concentrando o lixo em uma única área. O lixo retido é recolhido de maneira adequada e uma outra barreira de pedras auxilia no filtro das águas, que depois conta com auxílio da planta muriru na retirada de impurezas.
“Nós começamos, há três anos, com o trabalho de ‘formiguinha’. Na primeira fase, fizemos a conscientização dos vendedores que trabalham na orla do igarapé, comerciantes e moradores. A segunda etapa foi a retirada do lixo. Na terceira fase, implantamos coletores onde eram as lixeiras viciadas. E, a quarta fase foi o desassoreamento. Estamos desassoreando e implantando essa ecobarreira que retém o lixo, e que tem um sistema de filtros com pedras que ajuda a tratar a água e passa pela estação de tratamento d’água com o muriru”, explicou.
Mazinho acrescenta que o mururi é uma planta amazônica, parente do igapó, que purifica a água. Ele explica que o Japão já usa essa mesma planta, mas é a primeira vez que está sendo implementada no Brasil.
“O muriru limpa a água, purifica, serve de moradia para os pássaros e de alimento para os peixes. Ela é uma planta da nossa região, mas que estão usando já em outros países, para limpar os igarapés. Uma muda de muriru no Japão está custando 250 dólares. Aqui, na Amazônia, graças a Deus, a gente tem em abundância e estamos sendo os primeiros a usar esse sistema”, explicou.
O coordenador da Coleta Seletiva da Semulsp, Luiz Paz, também participou da ação e ressaltou o trabalho em conjunto realizado pelas secretarias nos bairros para coleta de lixo, conscientização da população e recuperação de áreas degradadas próximas dos igarapés.
“Essa ação conjunta entre as secretarias tem nos dado um resultado altamente positivo para todos nós da prefeitura, não só nós, como também da população que está recebendo esse serviço todos os dias. A Semulsp está atuando na educação ambiental, que é fundamental para que o cidadão tenha consciência da responsabilidade dele, que é o descarte correto dos resíduos”, disse.
O trabalho de recuperação do igarapé também vai dar uma estrutura digna para vendedores do comércio informal no entorno do local, fomentando a economia alternativa no bairro Coroado, de acordo com o titular da Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento, Centro e Comércio Informal (Semacc), Wanderson Costa.
“São economias alternativas que têm dado certo em outros bairros e estaremos também implementando aqui no bairro Coroado. Nós estaremos com a equipe da Semacc fazendo todo o trabalho de recadastramento dessas pessoas, saber o perfil dessas pessoas, com o que elas estão trabalhando, para que a gente consiga colocar isso em prática, essa economia alternativa no bairro”, informou.
Também no entorno do igarapé será feito um trabalho de recuperação da orla, por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf). O projeto de limpeza e preservação dos igarapés de Manaus ainda tem atuação integrada das secretarias do Meio Ambiente, Sustentabilidade e Mudança do Clima (Semmasclima), de Educação (Semed) e de Comunicação (Semcom).
O “Anjos da Floresta” é um programa que consiste em um conjunto de iniciativas de restauração dos ecossistemas urbanos de Manaus, notadamente os igarapés, organizando ações e projetos públicos e privados em uma agenda única e integrada voltada à recuperação e preservação de ecossistemas urbanos como estratégia de mitigação e adaptação aos efeitos das mudanças climáticas, urbanismo social e desenvolvimento social.
O programa foi regulamentado pela Prefeitura de Manaus, sendo operacionalizado pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Sustentabilidade e Mudanças Climáticas (Semmasclima), Semulsp, Seminf, Semacc, Semed e Semcom, com a coordenação do Conselho Municipal de Gestão Estratégica (CMGE).
Sou o idealizador do No Amazonas é Assim e um apaixonado pela nossa terra. Gravo vídeos sobre cultura, comunicação digital, turismo e empreendedorismo além de políticas públicas.
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