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6 anos atrásno
A organização internacional Repórteres Sem Fronteiras (RSF) divulgou, no dia 18 de abril, o ranking 2019 de liberdade de imprensa, considerando o estado do jornalismo em 180 países e territórios.
Três países nórdicos estão no topo do ranking: a Noruega em primeiro lugar, pelo terceiro ano consecutivo; a Finlândia, que aparece na segunda colocação, posto justificado pela situação em que dois repórteres que cobrem o crime organizado tiveram que receber proteção permanente da polícia; e em terceiro lugar a Suécia, país que perdeu uma posição por conta do aumento do cyberbullying.
O ranking divide o mapa graficamente, em cinco cores, como mostra a figura acima. Entre os países, 24% são considerados “muito bons” ou “bons”, índice que era de 26% na divulgação anterior. Os países com cenário jornalístico “difícil” e “muito grave” representam 40% do total, um ponto percentual a mais do que na avaliação de 2018.
O Brasil está na 105ª posição, perdendo três colocações em relação ao último ranking, quando aparecia em 102º lugar. Segundo o diretor da RSF para a América Latina, Emmanuel Colombié, o país ocupa, neste ano, a pior posição desde que o estudo começou a ser divulgado, em 2002. O aumento da violência no exercício da profissão, como o assassinato de quatro jornalistas no ano passado, e também as últimas eleições presidenciais, justificam a queda na classificação.
Este ano o Brasil apareceu atrás de países vizinhos como o Chile (46), a Argentina (57) e o Paraguai (99). No entanto, o país mais perigoso do Continente para a profissão continua sendo o México (144º), que registrou no ano passado, dez assassinatos de jornalistas.
Os Estados Unidos aparecem em 48º lugar, perdendo três posições no ranking 2019, ficando classificado como “problemático”. Isso se justifica pelo clima hostil impulsionado pelos comentários de Donald Trump. Nunca os jornalistas norte-americanos sofreram tantas ameaças ou tiveram que recorrer a empresas de segurança privada como agora.
O Turcomenistão está em último lugar no ranking, antes ocupado pela Coreia do Norte, que ficou em 179º. Também entre os piores colocados estão a Eritreia (178º) e a China (177º), posições justificadas pelo total controle do Estado sobre as comunicações.
O índice RSF mostra que, no momento, um intenso clima de medo foi desencadeado entre os jornalistas, o que prejudica o ambiente para um relatório seguro. A hostilidade expressa por líderes políticos de diversos países para com estes profissionais, tem colaborado para atos de desrespeito e violência cada vez mais frequentes, o que representa uma ameaça à imprensa.
“Repórteres Sem Fronteiras” é uma organização não governamental cuja missão oficial é defender a liberdade de imprensa no mundo, isto é, o direito de informar e de ser informado, em conformidade com o artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos do Homem “. Com o nome original “Reporters Sans Frontières” (RSF), a ONG foi criada na França, em 1985, por Robert Ménard, Rony Brauman e Jean-Claude Guillebaud. Sua sede fica no 2° arrondissement de Paris, pequeno bairro localizado à margem direita do rio Sena, onde também se encontra o prédio da Bolsa de Valores.
O ranking anual baseia-se em diversos critérios de avaliação da liberdade de imprensa de cada país, considerando desde ataques a jornalistas até leis federais que possam limitar essa liberdade.
Sou o idealizador do No Amazonas é Assim e um apaixonado pela nossa terra. Gravo vídeos sobre cultura, comunicação digital, turismo e empreendedorismo além de políticas públicas.