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Manaus, AM, quinta, 21 de novembro de 2024

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Lenda Amazônica : Saiba quem é a Cobra Caninana

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Lenda da cobra Honorato (Norato) e cobra Maria Caninana

Uma das lendas mais famosas da Amazônia é a lenda da Cobra Grande. A lenda fala sobre uma serprente que cresce de forma desmesurada e ameaçadora, abandonando a floresta e passando a habitar a parte profunda dos rios. Ao rastejar pela terra firme, os sulcos que deixa se transformam nos igarapés. Essa cobra grande também é conhecida como Boiúna.

Conta-se que uma índia engravidou da Boiúna e teve duas crianças: uma menina que se chamou de Maria Caninana e um menino chamado de Honorato. Para que ninguém soubesse da gravidez, a mãe tentou matar os recém-nascidos jogando-os no rio. Mas eles não morreram e nas águas foram se criando como cobras. Você pode clicar aqui para ler a Lenda da cobra Honorato (Norato) e cobra Maria Caninana.

Ontem (16), na Rede Record, durante o programa “A Fazenda”, o peão Rico Melquiades chamou a peoa Dayane Mello de Cobra Caninana e o trecho viralizou nas redes sociais. Abaixo é possível ver essa menção. E se você não sabe quem é a Cobra Caninana, esse post é pra você.

Quem é a Cobra Caninana

Os dois filhos da Boiuna com a Índia foram crescendo e adquirindo personalidades opostas. Enquanto o Honorato ( você também pode encontrar com o nome Norato) era o filho bom, a Cobra Maria Caninana era a filha má.  Eles foram criados livremente, revirando ao sol os dorsos negros, mergulhando nos banzeiros e alegria selvagem.

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Cobra Honorato era forte e bom. Nunca fez mal a ninguém. Vez por outra ia visitar a tapuia* velha, em seu tejupar* . Nadava para a margem esperando a noite.

Quando apareciam as estrelas e a aracuã* deixava de cantar, A Cobra Caninana saía d’água, arrastando o corpo enorme pela areia que rangia. Vinha coleando, subindo, até a barranco. Sacudia-se todo, brilhando as escamas na luz das estrelas. E deixava o couro monstruoso da cobra, erguendo-se uma moça bonita e vistosa. Assim como seu irmão Honorato, saiam como pessoas normais.

A Cobra Honorato salvou muita gente de morrer afogada. Desvirou embarcações e venceu peixes grandes e ferozes. Por causa dele a Piraíba do Rio Negro abandonou a região, depois de uma luta de três dias e três noites.

Maria Caninana era violenta e má. Alagava as embarcações, matava os náufragos, atacava os mariscadores que pescavam, feria os peixes pequenos. Nunca procurou a velha tapuia que morava no tejupar.

Numa cidadezinha do amazonas, que ninguém sabe ao certo qual, vivia uma serpente encantadora, dormindo, escondida na terra, com a cabeça debaixo do altar da Igreja Matriz. Sua cauda está no fundo do rio. Se a serpente acordar, a Igreja cairá e a cidade desaparecerá. Maria Caninana de má que é, mordeu a serpente para ver a Igreja cair. A serpente não acordou, mas se mexeu. A terra rachou, desde o mercado até a Matriz.

Visto que a Caninana tinha esses comportamentos e aterrorizava as embarcações no Rio Amazonas, a Cobra Norato matou então a Cobra Maria Caninana e ficou sozinho, nadando nos igarapés, nos rios e no silêncio dos paranás do arquipélago Mariuá.

Lenda da cobra Honorato (Norato) e cobra Maria Caninana

Lenda da cobra Honorato (Norato) e cobra Maria Caninana

Vocabulário

*Aracuã : é uma ave que faz muito barulho de manhã na beiro do rio.

Aracuã

*A tapuia: a índia.

Albert Eckhout, pintura chamada A Tapuia do ano 1641

*Tejupar: cabana.

Tepujar

Mucambo ou mocambopalhoça ou tejupar são denominações dadas a moradias construídas artesanalmente, muitas vezes de frágil constituição. Apresenta diferenças no Brasil mais de natureza regional, conforme o material empregado na sua construção – folha de buriti, palha de coqueiro, palha de cana, capim, sapé, lata velha, pedaços de flandres ou de madeira, cipó ou prego – do que de tipo, numas regiões mais africano, noutras mais indígena. Deve-se notar que o mucambo dos índios – o tejupar – feito de palha, que os primeiros cronistas acharam-no parecido com a cabana portuguesa dos camponeses do Norte. Dessas cabanas algumas eram de colmo; outras construídas de madeira ou barro amassado. A coberta de colmo usou-se até o século XVIII, de modo que Portugal já nos trazia a tradição do mucambo.

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Sou o idealizador do No Amazonas é Assim e um apaixonado pela nossa terra. Gravo vídeos sobre cultura, comunicação digital, turismo e empreendedorismo além de políticas públicas.

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