Os comandantes das três forças armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) colocaram seus cargos à disposição. Na prática, esta é uma forma técnica de demonstrar tranquilidade caso a chefia do governo queira demiti-los.
Comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica deixam cargos – Imagem: Divulgação
A decisão de colocar os cargos à disposição aconteceu logo após o presidente Jair Bolsonaro demitir o ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva. Considerado como bastante moderado, especula-se que Azevedo e Silva não tenha tomado decisões solicitadas por Bolsonaro, como a mudança de comando no Exército.
Hoje, o Exército brasileiro é comandado pelo General Edson Pujol, que já demonstrou publicamente ser contra o envolvimento entre a política e o Exército. Para ele, as Forças Armadas devem servir ao Estado e não a um governo. Por diversas vezes, entretanto, Bolsonaro já deu a entender que, na avaliação dele, o Exército é do presidente.
A saída de Fernando Azevedo e Silva, nesta segunda (29), foi recebida com preocupação por integrantes da ativa e da reserva das Forças Armadas e como algo além de uma troca para acomodação de espaços no primeiro escalão do governo.
Ao colunista, um general da reserva enxergou o movimento como um sinal de que o presidente Jair Bolsonaro deseja ter maior influência política nos quartéis.
Em novembro do ano passado, o comandante do Exército, Edson Pujol, afirmou que os militares não querem “fazer parte da política, muito menos deixar a política entrar nos quartéis”.
Na ocasião, o vice-presidente Hamilton Morão, também general quatro estrelas da reserva, reforçou a posição de Pujol.
Confira a nota do Ministério da Defesa na íntegra:
Ministério da Defesa
Centro de Comunicação Social da Defesa
Nota oficial
Brasília, DF
Em 30 de março de 2021
O Ministério da Defesa (MD) informa que os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica serão substituídos.
A decisão foi comunicada em reunião realizada nesta terça-feira (30), com presença do Ministro da Defesa nomeado, Braga Netto, do ex-ministro, Fernando Azevedo, e dos Comandantes das Forças.
Fonte: G1