Publicado
2 anos atrásno
Por
Jussara Melo
Na madrugada desta segunda-feira (11) o médico anestesista, Giovanni Quintella Bezerra, foi preso e autuado em flagrante, por estupro de uma paciente enquanto ela estava dopada e passava pelo próprio parto cesárea no Hospital da Mulher Heloneida Studart em Vilar dos Teles, São João de Meriti, município na Baixada Fluminense.
A prisão foi feita pela delegada Bárbara Lomba, da Delegacia de Atendimento à Mulher de São João de Meriti, após funcionários da unidade de saúde filmarem o anestesista colocando o pênis na boca de uma paciente quando Bezerra participava do parto dela.
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) abriu um processo para investigar o caso e tomar medidas administrativas. A direção do hospital informou que abriu uma sindicância interna e notificou o Cremerj.
A equipe vinha desconfiando do comportamento do anestesista e estranhava, por exemplo, a quantidade de sedativo aplicado nas grávidas. Funcionárias do hospital trocaram a sala de parto para conseguir filmar o flagrante. Giovanni foi indiciado por estupro de vulnerável, cuja pena varia de 8 a 15 anos de reclusão.
No domingo (10/7), o médico já tinha participado de outras duas cirurgias em salas menores e não havia como gravar o ato criminoso. Porém, na terceira operação do dia, a equipe conseguiu, de última hora, trocar a sala, esconder o telefone e confirmar o flagrante.
O médico que participou da cesariana, no momento em que o crime foi cometido, será chamado para prestar depoimento, de acordo com a Polícia Civil. A defesa do anestesista disse que aguarda acesso à íntegra dos depoimentos para se manifestar
Nesta segunda-feira (11/7) o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) abriu um processo para expulsar o anestesista. Clovis Bersot Munhoz, presidente do Cremerj, disse que “as cenas são absurdas”.
A Fundação Saúde do Estado do Rio de Janeiro e a Secretaria de Estado de Saúde, a que o Hospital da Mulher de Vilar dos Teles, em São João de Meriti, está subordinado, repudiaram em nota a conduta do médico anestesista. “Informamos que será aberta uma sindicância interna para tomar as medidas administrativas, além de notificação ao Cremerj. A equipe do Hospital da Mulher está prestando todo apoio à vítima e à sua família”, afirmaram.
“Esse comportamento, além de merecer nosso repúdio, constitui-se em crime, que deve ser punido de acordo com a legislação em vigor”, emendaram.
A polícia tenta descobrir outras possíveis vítimas do anestesista.
Nota de defesa de Giovanni Quintella
“A defesa alega que ainda não obteve acesso na íntegra aos depoimentos e elementos de provas que foram produzidos durante a lavratura do auto de prisão em flagrante. A defesa informa também que após ter acesso a sua integralidade, se manisfestará sobre a acusação realizada em desfavor do anestesista Giovanni Quintella”.
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