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Manaus, AM, quinta, 21 de novembro de 2024

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Você conhece a Cobra Grande da Praia do Meio?

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Há cerca de quatro décadas, os parintinenses acreditavam que a Praia do Meio, um banco de areia que se formava no leito do rio Amazonas, na frente da cidade, era morada da Cobra Grande.

Outro lugar se estendia por alguns poucos quilômetros.

A praia era muito freqüentada por banhistas que contavam histórias de miragens e visagens. Disque muitas vezes dava pra sentir a terra tremendo, parecendo se mexer.

A praia por muitos anos foi o lazer de muita gente daquela época e a travessia à noite também se tornou um programa perfeito para o famoso lual.
Certa vez um grupo que já tinha ingerido várias garrafas de cachaça “Chora Rita”, acreditou que dois foguinhos que piscavam no horizonte eram os olhos da cobra. Um pequeno tremor deixou o grupo assustado que tratou de voltar para a cidade.

A Praia do Meio era mesmo um grande mistério e foi assim que banco de areia sumiu e todos na cidade buscaram por anos a explicação para o fenômeno.

A geografia explica, mas a lenda acabou prevalecendo: a cobra grande se mexeu e com a forte correnteza a praia “sentou”, foi para o fundo do rio.

Quarenta anos depois, em 2016, um novo banco de areia voltou a surgir, um pouco acima da cidade. Seria a volta da Cobra Grande?

Muitos moradores antigos de Parintins também acreditavam que a cobra grande se refugiava no chavascal da antiga ponte da Fabril, ao lado da Cidade Garantido.

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Dona Maria do Carmo Rodrigues Reis, a dona Camé, já falecida, quando estava com 80 anos, contava que a cobra causava o fenômeno das terras caídas que sempre ocorria naquele local.
-Essa cobra é muito grande, quando ela se mexe vai levando com tudo.

Fanática pelo Caprichoso, dona Camé se admirava quando ouvia as toadas do boi que cantavam as lendas da cobra grande.

Fizeram aquela toada da Boia-cica sem cabeça. Como é que eles souberam? Quase ninguém vê essa cobra, mas eu já vi. Lá no Paraná do Espírito Santo vi diversas vezes. Era enorme e não tinha cabeça.

O agricultor do Paraná do Limão de Baixo, Mozair Reis, que sempre encostava a bajara na área da antiga Fabril, tinha certeza os deslizamentos de terra eram causados pela cobra.

A cobra mora no aningal, Deus o livre da correnteza, é muito forte mano, quando ela se mexe é aquele alvoroço, aí sai arrastando a terra e tudo o que tem pela frente.

Desenho/ficção

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Sou o idealizador do No Amazonas é Assim e um apaixonado pela nossa terra. Gravo vídeos sobre cultura, comunicação digital, turismo e empreendedorismo além de políticas públicas.

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