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3 anos atrásno
A Polícia Federal enquadrou os responsáveis pelo atentado terrorista ocorrido em Manaus na sede do Aeroclube ocorrido na madrugada do dia 24 de janeiro de 2022. De acordo com o inquérito da Polícia Federal, o empresário Aparecido Naves Junior, preso na quarta-feira (2), em Goiânia, é o mandante do incêndio e considerado o intelectual e financeiro do atentado. O empresário havia tido muito prejuízo com as fiscalizações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Polícia Federal e viu o ato de vandalizar as aeronaves (avaliadas em 10 milhões cada uma) uma forma de se vingar.
Para isso, ele teria prometido pagar cerca de R$10 mil a Wisney Delmiro, conhecido como “Dj Poderoso”, apontado como como um dos intermediadores da ação criminosa, que fez a ponte entre Naves Junior e os homens que incendiaram as aeronaves. O mesmo valor seria pago ao comparsa do DJ, identificado como Thiago Souza da Silva, popularmente conhecido como ”TH”, e aos dois envolvidos diretamente no ataque, identificados como Fernando Warlison Pereira, vulgo ”Seco”, e Arlen da Silva, conhecido como “Mudinho”. Só não o motorista de aplicativo, identificado como Edney Fernandes de Souza, que deu apoio aos criminosos. O motorista receberia R$ 1.000,00 pela corrida do crime.
Assim foi feito. Por volta das 4h da madrugada do crime, o sistema de vídeo de segurança do aeroclube registrou dois homens com um galão de combustível que, depois de pularem o muro, incendiaram os helicópteros. A dupla deixou para trás o recipiente e o isqueiro e entrou rapidamente em um carro branco que os esperava perto do aeroclube.
No dia seguinte, agentes da PF bateram na porta do motorista do veículo e o prenderam, depois que três letras da placa, alguns amassos na lataria e um adesivo, captados pelas câmeras de segurança, ajudaram a identificar o carro. A partir daí, a polícia chegou ao nome dos dois autores do incêndio, Warlison Pereira e Arlen da Silva, e dois intermediários do esquema, Thiago Souza da Silva e do Dj Poderoso.
Naves Júnior é apontado por envolvimento com atividades de garimpo ilegal nas terras indígenas ianomâmi em Roraima. A investigação da PF concluiu que o incêndio dos helicópteros teria sido uma represália a ações de fiscalização e repressão ao garimpo ilegal no estado ao longo de 2021.
O empresário foi preso pela equipe que realiza a Operação Acauã, iniciada na semana passada. A Polícia Federal já havia detido o motorista suspeito de ter levado e retirado os responsáveis pelo incêndio, os dois homens filmados pulando o muro do Aeroclube do Amazonas para atear o fogo nos aparelhos e outras duas pessoas acusadas de serem intermediárias da encomenda e do pagamento pelo crime. Após as prisões, eles reconheceram Naves como o autor intelectual do ataque.
Ataque ao Ibama
Desde o meio do ano passado, a PF e o Ibama fazem operações frequentes para desmantelar os garimpos na área ianomâmi, invadida durante a pandemia por mais de 20 mil garimpeiros. No fim de 2021, o governo federal anunciou que apreendeu mais de 111 aeronaves usadas na extração ilegal de minério em Roraima — 22 delas foram destruídas no local em que foram descobertas. Além disso, as forças de segurança também inutilizaram mais de 80 pistas de pouso irregulares na mata fechada.
Como a região não tem estradas e os rios são longos e sinuosos, os aviões são o principal meio de transporte dos garimpos ilegais em Roraima, além de fonte de abastecimento de combustível e comida.
Na Receita Federal, Naves Júnior aparece como dono de quatro empresas de reciclagem de peças de moto e de carros, de resíduos e de sucata, uma delas com o nome de Eco Nacional. Os empreendimentos são avaliados em R$ 380 mil. Três deles funcionam em Goiás e um, em Minas Gerais.
A PF suspeita que as empresas eram fachada para a verdadeira fonte de lucro do empresário: a extração ilegal de ouro e cassiterita da Amazônia. A defesa de Naves Júnior não foi localizada pela reportagem para comentar as acusações.
No relatório da PF, consta ainda que Aparecido, o empresário contratante, encomendou o atentado com o objetivo de intimar as ações que o Ibama e PF, que estavam sendo realizadas nos garimpos da terra Yanomami em Roraima e em vários outros municípios do Amazonas.
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