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3 dias atrásno
O “Tabuleiro da Baiana” é uma expressão carregada de história e memória urbana, referindo-se aos antigos abrigos de passageiros dos bondes e, mais tarde, dos ônibus, que existiam no Centro de Manaus.
A primeira construção desse tipo foi inaugurada em 27 de junho de 1940, durante a gestão do prefeito Antonio Maia, na antiga Praça Osvaldo Cruz, próxima aos armazéns do porto, na frente do Complexo Booth Line. Este espaço, idealizado como um refúgio contra o calor e a chuva, tornou-se rapidamente uma parte indispensável do cotidiano da cidade.
Feito em concreto com uma forma oblonga, o abrigo era mais do que um simples ponto de espera. Suas extremidades contavam com lanchonetes que vendiam café e refrigerantes, um diferencial que dava ao local uma funcionalidade além do transporte público.
Hoje, o espaço onde ficava a Praça Osvaldo Cruz é parte do Terminal de Ônibus Central e guarda também ruínas de antigos casarões comerciais, à espera de restauração.
O segundo Tabuleiro da Baiana foi construído na Avenida Eduardo Ribeiro, entre dois pontos icônicos que ainda resistem ao tempo: o Relógio Municipal e o Obelisco comemorativo da elevação de Manaus à categoria de cidade.
Ambos os abrigos funcionaram como espaços de convivência e conforto para os manauenses, que aguardavam seus transportes protegidos do clima tropical amazônico.
Apesar de sua utilidade, o Tabuleiro da Baiana enfrentou críticas durante sua construção. Alguns moradores, conhecidos como “engenheiros sem diploma”, eram céticos sobre a relevância do projeto.
No entanto, com o passar do tempo, essas críticas foram silenciadas pela popularidade do local, que se tornou um ponto de encontro e interação social. A obra revelou-se um exemplo prático de urbanismo eficiente, projetado para atender às necessidades da população.
Em 1956, o Tabuleiro da Baiana localizado na Praça Osvaldo Cruz passou por uma grande reforma, promovida pelo empresário Kucilof, que havia arrendado o espaço. Ele investiu na modernização do abrigo, implementando um sistema elétrico avançado, nova pintura e melhorias estruturais.
O espaço reformado oferecia serviços como bar e café, consolidando-se como um local multifuncional e agradável.
O desaparecimento dos Tabuleiros da Baiana ocorreu com as mudanças urbanas da década de 1970, durante a expansão promovida pelo prefeito Jorge Teixeira.
Essa transformação visava modernizar Manaus, mas acabou sacrificando espaços históricos que representavam capítulos importantes da vida cotidiana na cidade.
Ainda assim, as memórias do Tabuleiro permanecem vivas entre os manauenses, sendo frequentemente recordadas por historiadores e apreciadores da cultura local.
O Tabuleiro da Baiana é mais do que um símbolo de uma época; ele representa a evolução urbana de Manaus e o esforço em proporcionar qualidade de vida aos seus habitantes. Embora desaparecidos fisicamente, esses abrigos continuam a ser um marco de uma cidade que equilibrava modernidade e tradição.
Ao revisitar essa história, reconhecemos a importância de preservar a memória urbana e valorizar as heranças culturais que moldaram a identidade de Manaus.
Confira abaixo outras fotos do Tabuleiro da Baiana que existia em Manaus. Lembrando que o Tabuleiro de Baiana era essa enorme estrutura retangular de concreto armado e que foi popularmente apelidada assim, por causa do seu formato tabuliforme que lembrava as mesinhas utilizadas pelas baianas para venderem os seus quitutes.
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