Publicado
6 anos atrásno
No início do século passado, a novidade das grandes cidades era ter bonde elétrico. Manaus foi uma das pioneiras em ter os famosos modais de transporte. Em 1895, foi lançado o plano piloto com as linhas que seriam implantadas na capital do Amazonas. De acordo com o mapa que faz parte da coleção de Allen Morrison, o mapa mostrava 5 linhas de bonde, mas acredita-se que somente duas haviam sido construídas de fato. A que levava da Av. Constantino Nery até a Colônia e a outra que ia na rota paralela ao norte até o cemitério São João Batista.
Abaixo, uma sobreposição do mapa de 1895 com um mapa aéreo de Manaus de 2018 mostrado no Google Maps. A precisão das ruas e igarapés é incrível. Sobretudo se pensarmos que há 123 anos não era tão acessível a tecnologia de satélite.
Em 24 de fevereiro de 1896 foi efetuada uma inauguração provisória para experiência. Em 1897, conforme relatório de Fileto Pires Ferreira, então Governador do Amazonas, a companhia já construíra 16 km de linhas, possuindo então, 16 bondes para cargas e 10 bondes para passeios, transportando assim 171.783 pessoas.
Ainda segundo o relatório emitido pelo Governo Amazonense, para a movimentação dos bondes, que funcionava das cinco horas da manhã até às vinte e duas horas, foi instalada uma usina hidrelétrica em um dos igarapés da cidade, especificamente na zona sul.
Abaixo é possível ver os bondes da empresa americana St. Louis Car Company, desembarcados em 1905, no Plano Inclinado, no Bairro de Aparecida. Esses bondes tiveram suas carrocerias adaptadas ao clima de Manaus. Foto tirada na década de 1890.
O bonde surgiu quando Eduardo Ribeiro ocupava o cargo de Governador do Amazonas. O engenheiro Frank Hirst Habbletwhite foi o vencedor da concorrência pública, promulgada em 24 de agosto de 1895, e assim, assinou o contrato para as construções das linhas, num total de 20 km. Dessa forma, formou-se a empresa Manaus Railway Company que deu início a instalação das linhas na cidade.
Em 1905, o Governo do Amazonas através da lei nº 481 de 21 de agosto de 1905, autoriza a construção de uma linha férrea entre o arrabalde Flores e a colonia Campos Salles. Afinal, até esse momento, as linhas dos bondes não passavam da área denominada Colônia (atual bairro da Chapada).
Em 1908, é fundada a Manaus Tramways and Ligth Co, com concessão para luz e bondes elétricos durante 60 anos a partir de 27 de abril de 1908. Eram seus diretores: James Mitchell, G. M. Both, W.C. Burton e G. Watson. Esta nova empresa absorve a antiga Manaus Railway Co. e entra em atividade em 9 de junho de 1909.
Em 1910, através da lei nº 630 de 06 de outubro de 1910, foi feito um outro chamamento, no qual o Governo do Amazonas autorizou prolongar novamente a atual ou construir uma linha de bondes de tração elétrica que partisse de Flores e terminasse na Colônia Campos Salles.
Em 1916, de acordo com o Jornal do Comércio, de 11 de setembro de 1916, a linha de bondes com a denominação de Colonia. Partia daquele ponto subindo a estrada Epaminondas, fazia a volta pela praça da Saudade, indo à rua Cearense, onde existia uma caixa d’água, para abastecer a maxambombas. Seguiam os bondes depois, pela linha de Flores e tinham o ponto terminal, mais ou menos onde estava a chácara Pensador, localizada em Flores, que abrangia toda a área onde hoje está a Arena da Amazônia, Vila Olímpica, Hospital Tropical, etc.
Sou o idealizador do No Amazonas é Assim e um apaixonado pela nossa terra. Gravo vídeos sobre cultura, comunicação digital, turismo e empreendedorismo além de políticas públicas.
Aeroporto Fluvial de Manaus: Uma joia do passado amazônico
A história dos Bondes de Manaus: Um retrato do ciclo da Borracha
Fotos raras da Chácara “O Pensador” local onde morreu o ex-governador do Amazonas Eduardo Ribeiro
Nossa Manaus já teve tourada. 1960.
Parque Aquático Selva Park
Spice Girls em Manaus