Publicado
11 anos atrásno
Existe uma ilha fantástica no Amazonas, localizada bem na entrada de Manaus, chama-se Ilha de Marapatá, ela é alcançável pela Zona Sul, e fica próxima ao Encontro das Águas. Alguns estudiosos dizem que este nome significa na língua Macua (tribo africana) alpendre (espaço coberto, reentrante, e aberto na fachada de uma casa, que dá acesso ao interior).
A ilha de Marapatá é conhecida como a Ilha da Consciência, segundo a lenda, a ilha é o limite da consciência do homem civilizado: quem sobe o Amazonas deixa a vergonha em Marapatá.
A lenda diz que aquele que passava por ela estava se anulando de suas raízes, se eximindo de sua identidade cultural, ou seja, suas raízes culturais, suas atitudes e comportamentos se modificariam com o lugar, perdendo a vergonha, a moral.
Este lugar é tema para muitos cientistas sociais e escritores, no que diz respeito a ética – falam que o interiorano com a sua peculiar “pureza” ou o forasteiro, antes de aportar em Manaus, deixa a sua vergonha na Ilha de Marapatá, tornando a cidade um lugar ideal para trapaças e crimes. Os empresários que teimam em construir o Porto das Lajes, deixaram a sua consciência (honradez, retidão e probidade) enterradas na ilha, aliás, desejam fincar os seus negócios bem na “ilharga” da ilha – no encontra das águas!
O escritor Euclides da Cunha, no seu livro “Terra Sem História” relata o seguinte: “À entrada de Manaus existe uma ilha, de Marapatá, que é o mais original dos lazaretos (que, ou aquele que tem pústulas, chagas) um lazareto de almas! Ali, dizem, o recém-vindo deixa a consciência”.
O também famoso Mário de Andrade, ao escrever Macunaíma, refere-se à ilha: ”No outro dia Macunaíma pulou cedo na ubá (canoa indígena) e deu uma chegada até a foz do rio Negro pra deixar a consciência na ilha de Marapatá, deixou-a bem na ponta dum mandacaru de dez metros, pra não ser comida pelas saúvas, voltou pro lugar onde os manos esperavam e no pino do dia os três rumaram pra margem esquerda do Sol”.
O saudoso poeta Aníbal Beça e o compositor Armando de Paula fizeram uma linda canção chamada “Marapatá”, a letra é assim:
Que doce mistério
Abriga teu dorso
De ilha afogada
No curso das mágoas?
O Velho Bahira
Se mira nas águas
Espelho da lua
Narciso nheengara
É Marapatá, porta de Manaus
É Marapatá, patati patatá
Que mana maninha
Que dança sozinha
Savana de seda
Pavana de cio
Capim canarana
Bubuia banzando
Canção enrugada
Banzeiro de rio
Vá logo deixando
Senhor forasteiro
A sua vergonha
Em Marapatá
Vergonha se verga
Na cuia do ventre
No V da ilhargas
Vincando por lá
Cunhã se arretando
Tesão de mormaço
Abrindo as entranhas
A flor do tajá
E o macho fungando
Flechando, fisgando
Mordendo a leseira
Dizendo:”Ulha já!”
É isso aí, manos e manas da nossa aldeia! Vamos mudar – nada de deixar a consciência na Ilha de Marapatá!
Vamos fazer uma bela Manaus, com homens retos, probos, visando sempre ao bem comum e, o respeito pela mãe natureza.
Do jeito que está – não dá para ser feliz, Marapatá!
Fontes : Blog do Rocha , Lucyane Affonso
Sou o idealizador do No Amazonas é Assim e um apaixonado pela nossa terra. Gravo vídeos sobre cultura, comunicação digital, turismo e empreendedorismo além de políticas públicas.
Homem que fez teste para a função de repositor, agride gerente de supermercado com garrafa de azeite na cabeça, em Manaus!
Mais de 150 mil pessoas participam do Réveillon Manaus 2025 na Ponta Negra, confira como foi o espetáculo
Polícia Federal faz operação “Barões do Arcanjo” contra rede de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro no AM!
David Almeida sobre Alberto Neto : “Não resolve a data base dos colegas da polícia, vai resolver os problemas de Manaus?”
Após vitória no primeiro turno, Prefeito David Almeida quer reforçar propostas para Manaus
A lenda da Ilha de Marapatá