Os jornalistas do Manaus Hoje, Jornal e Portal A Crítica completam, nesta quinta-feira (10), quatro dias de greve; dos trabalhadores que aderiram à paralisação, seis jornalistas foram demitidos ainda nesta manhã. As pautas de reivindicação são o atraso de salários, há mais de três meses, e o veículo de comunicação não cumprir com os devidos direitos trabalhistas, como o recolhimento do Fundo de Garantia de Tempo e Serviço (FGTS) e outros encargos. A maioria dos demitidos tinha tempo de serviço equivalente à, aproximadamente, 30 anos.
Segundo a presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Amazonas (SJP/AM), Dôra Tupinambá, um destes profissionais é chefe de redação. “Só nesta manhã, a empresa demitiu seis trabalhadores por aderirem à greve. Um dos jornalistas que foi demitido é delegado de redação do jornal impresso”, informou Dôra.
Bloqueio de verbas
Ainda conforme a presidente, o sindicato entrará com ações na Justiça solicitando o bloqueio das verbas publicitárias de A Crítica, através da Prefeitura de Manaus e do Governo do Estado do Amazonas. Além disso, será solicitado, também, o bloqueio do patrimônio da Rede Calderaro de Comunicação.
Reivindicação
Dôra explicou que a greve foi deflagrada por conta do não cumprimento da empresa com as negociações feitas com os trabalhadores junto ao sindicato.
“Os jornalistas não estão recebendo salários. O regime de trabalho que A Crítica tenta impor é um regime de escravidão. É uma situação que se arrasta desde 2017. A empresa não paga as férias. Não recolhe FGTS desde 2016. Além de outras dívidas trabalhistas. Realizamos reuniões de negociação, junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT), e, mesmo assim, a empresa não cumpre o que foi acordado a despeito”, ressaltou a presidente do sindicato.