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Manaus, AM, terça, 05 de novembro de 2024

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Artistas manauaras realizam grandes murais em prédios em São Paulo celebrando a cultura ancestral!

André Hullk retrata história da liderança indígena de Peruíbe e Gnos celebra a Mitologia Amazônica

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Artistas manauaras realizam grandes murais em prédios em São Paulo celebrando a cultura ancestral! / Foto : Divulgação

André Hullk eterniza e homenageia a história de uma das primeiras mulheres indígenas escolhidas para liderar seu povo em Peruíbe, no litoral sul de São Paulo. Gnos, também celebra a mitologia Amazônica, reverenciando a cultura ancestral com mitologias sobre a fauna e flora, incluindo Boiuna e Vitória Amazônica.

Narrativas escolhidas por André Hullk e Gnos são retratadas em empenas, cada uma com cerca de 245 metros quadrados, em prédios da CDHU, na região do Itaim Paulista, Zona Leste da capital paulistana. Ambos usam técnicas de graffiti para inspirar o público a resgatar conhecimento ancestral, fortalecendo a resistência territorial e cultural do país.

André Hulk / Foto : Divulgação

André Hulk / Foto : Divulgação

André Hullk, nascido em Manaus, conheceu Catarina Nimbopyruá, líder indígena de Peruíbe, durante a conclusão e celebração das pinturas realizadas pelo artista no Museu das Culturas Indígenas em São Paulo. Catarina, representando seu território, celebrou essa significativa conquista e, como forma de gratidão, presenteou o artista amazonense com uma pintura. Durante o ritual, André sentiu a energia única de Catarina e decidiu que essa força ancestral merecia uma grande homenagem.

A partir desse encontro, André Hullk teve a oportunidade de vivenciar os saberes de Catarina no território indígena Piaçaguera, na aldeia Tapirema, em Peruíbe. “Sentir sua espiritualidade e ouvir sua história foi emocionante”, revela o artista.

Dessa experiência, Hullk compreendeu a importância de Catarina e sua participação na União das Nações Indígenas, desafiando tabus e preconceitos em sua luta pela saúde e terras ancestrais. Inspirado, criou o projeto “Nimbopyruá: Guerreira da Ancestralidade”, destacando plantas para o fortalecimento espiritual e a força ancestral.

Depois de sete dias de graffiti, Catarina estampa a empena da CDHU no Itaim Paulista. Hullk contou com a participação de Xozão Mygso, da etnia Kaingang, e Jonison Oliveira, conhecido como Gnos, da etnia Apurinã.

Artistas manauaras realizam grandes murais em prédios em São Paulo celebrando a cultura ancestral! / Foto : Divulgação

Artistas manauaras realizam grandes murais em prédios em São Paulo celebrando a cultura ancestral! / Foto : Divulgação

Além de participar do projeto “Nimbopyruá: Guerreira da Ancestralidade”, Gnos desenvolveu outra pintura na empena vizinha, intitulada “Donas do Rio – Mitologia Amazônica”. O projeto narra a história de duas lendas da região Norte do país.

“Escolhi esse tema para retratar este mural, pois os povos antigos, incapazes de explicar fenômenos naturais cientificamente, criavam mitos para dar sentido ao mundo, transmitir conhecimentos e alertar sobre perigos, defeitos e qualidades humanas”, explica o grafiteiro Gnos.

Uma das lendas retratadas é a Cobra Grande (Boiúna), mito amazônico de origem ameríndia, descrita como uma enorme cobra escura capaz de virar embarcações. Podendo assumir a forma de uma mulher, atraindo assim, náufragos para o fundo do rio.

Artistas manauaras realizam grandes murais em prédios em São Paulo celebrando a cultura ancestral! / Foto : Divulgação

Cobra Grande do Gnos! / Foto : Divulgação

A segunda lenda é a da Vitória-Régia ou Vitória Amazônica. Originalmente seria Naiá, uma indígena que se afogou ao tentar tocar o reflexo da lua Jaci, a lua dos indígenas. Felizmente, o destino de Naiá não estava no céu, mas nas águas. Em homenagem a ela, a aldeia acreditava que as flores na Vitória-régia significavam o renascer de Naiá, sendo chamada de “estrela das águas”.

“Sobre esse tema, acredito que não fui eu que o escolhi, mas sim ele que veio até mim. Essa produção tem o intuito de despertar o olhar e conscientizar ainda mais sobre a importância de ouvir e seguir os conselhos dos nossos ancestrais e as lendas transmitidas pelos povos originários”, finaliza Gnos.

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Ambos os projetos fazem parte do edital da Secretaria Municipal de Cultura para o Museu de Arte de Rua (MAR), com a proposta de valorizar os espaços urbanos por meio da arte.

“Com base no impressionante sucesso do projeto artístico em São Paulo, os artistas agora se unem para uma nova e emocionante realização em Manaus com o objetivo de transmitir a riqueza da cultura local”, compartilha a produtora dos artistas Flavia Alessandra.

Artistas manauaras realizam grandes murais em prédios em São Paulo celebrando a cultura ancestral! / Foto : Divulgação

André Hulk / Foto : Divulgação

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Sou o idealizador do No Amazonas é Assim e um apaixonado pela nossa terra. Gravo vídeos sobre cultura, comunicação digital, turismo e empreendedorismo além de políticas públicas.

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