Publicado
3 anos atrásno
Por
Jussara Melo
Um verdadeiro milagre para essa cadelinha que estava entregue à própria sorte e praticamente sendo comida viva. Após ser adotada rodeada de insetos, com feridas expostas, linhas amarrando as patas traseiras e uma coleira grudada na pele devido à falta de tosa, uma cadela passou a ser tratada pela Organização Não Governamental (ONG) Viva Bicho Santos, no litoral paulista. Imagens obtidas pelo G1 mostram o processo de tosa do animal e como ele ficou após a adoção.
A cadela Margarida, uma mistura das raças Shih-tzu e Poodle, foi adotada no dia 11 de setembro. De acordo com a Presidente da ONG Viva Bicho, Marilucy Pereira, a ONG estava realizando ação no bairro México 70, em São Vicente, no litoral de São Paulo, vacinando animais de moradores da região. Uma senhora chegou ao local relatando ser do bairro vizinho, Vila Margarida, e que estava levando sua cadela para ser vacinada, no entanto, o estado do animal assustou a equipe.
Após conversa, a mulher aceitou doar a cadela, que foi levada para atendimento na sede da Viva Bicho, em Santos. A presidente da ONG relata que, quando foi levada pela coleira, Margarida sentiu dores e tinha dificuldade para andar, mas a equipe não entendeu o motivo. Porém, ao examiná-la, foi possível ver que a coleira estava colada na pele do cão e causou várias feridas abertas.
Coleira estava grudada ao pelo da cadela resgatada em São Vicente, SP, deixando feridas abertas após ser retirada — Foto: Divulgação/ONG Viva Bicho Santos
O animal teve que ser sedado, pois não suportava as dores do procedimento, devido aos inúmeros nós e feridas. Durante a tosa, a equipe encontrou uma linha que estava entrelaçada entre as patas traseiras, o que explica a dificuldade para caminhar. Após retirar o objeto, eles verificaram que haviam mais feridas abertas e contaminadas.
“A princípio, era uma tosa comum, mas, quando começamos a tratar, vimos a gravidade do problema. Ela ficou três horas sedada porque a tosa demorou esse tempo e ela sentia muita dor”, explica.
Além dos problemas externos, Margarida estava muito abaixo do peso e foi diagnosticada com uma inflamação grave no intestino e no útero, causada por má alimentação, sendo necessária uma cirurgia para tratar a inflamação, que ainda não foi realizada devido à condição da cadela. “Agora ela não pode fazer [a cirurgia], se não ela não resiste. Então estamos cuidando com antibiótico e anti-inflamatório até ela ter condições de operar”, conta.
Tosa durou cerca de 3h e encontrou insetos e uma linha que prendia as patas traseiras de Margarida, em Santos, SP — Foto: Divulgação/ONG Viva Bicho Santos
Após três horas, o pelo do animal foi retirado e as feridas começaram a ser tradadas. Sem insetos percorrendo pelo corpo ou objetos ferindo sua pele, Margarida se mostrou uma cadela dócil e brincalhona.
“Ela é bem dócil, não está mais com dores em relação às feridas, então está super alegre, feliz e brincalhona. Agora a gente vai cuidar dela e encaminhar para a doação. Todo animal precisa de tratamento, seja um vira-lata, ou de raça, ele precisa de alguém que tenha um equilíbrio mental e financeiro para cuidar do animal. A gente precisa desses dois equilíbrios”, explica.
No vídeo acima, é possível ver cadela brincando com a equipe da ONG. Agora, ela aguarda estar em condições físicas para passar pela cirurgia e, após ficar completamente recuperada, será colocada para adoção.
“Esse é o nosso objetivo. Salvar o animal. A Viva Bicho tem o foco de resgatar animais que precisam de ajuda e tratamento. Então, o resgate é feito com a esperança de cuidar e encaminhá-los para um lar seguro”, conclui.
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