Com a vitória do Canadá sobre a Suécia, nos pênaltis, na final do futebol feminino dos Jogos Olímpicos de Tóquio, Quinn se tornou a primeira pessoa trans e não binária a conquistar uma medalha olímpica.
Quinn joga pela seleção feminina de futebol do Canadá, é trans e não binária (não se identifica como homem nem mulher) e usa apenas pronomes.
Quinn joga no meio de campo e saiu no intervalo para a entrada da volante Júlia Grosso, que acertou o último pênalti e garantiu o primeiro ouro olímpico para a seleção canadense de futebol feminino.
As Olimpíadas de Tóquio entraram para a história não só como os Jogos da pandemia, mas também como os da diversidade e da defesa de igualdade de gênero.
Levantamento do site “OutSports” mostra que são pelo menos 160 atletas LGBTQIA+ (lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, queer e não binários) assumidos na edição deste ano.
Isso torna a competição a mais diversa do que as últimas duas Olimpíadas (Londres e 2012 e Rio 2016), que juntas tiveram 79 atletas LGBTQIA+ assumidos.
‘Não sei como me sentir’
Há duas semanas, Quinn escreveu em uma rede social: “Primeiro abertamente trans a competir nas Olimpíadas. Eu não sei como me sentir”.
“Eu me sinto orgulhoso de ver ‘Quinn’ na escalação e no meu credenciamento”, disse. “Fico triste por saber que houve atletas olímpicos antes de mim incapazes de viver sua verdade por causa do mundo”.
“Sinto-me otimista para mudanças. Mudança nas leis. Mudanças nas regras, estruturas e mentalidades”, destacou Quinn, que no entanto se disse “ciente das realidades”.
“Meninas trans sendo proibidas de praticar esportes. Mulheres trans enfrentando discriminação e preconceito enquanto tentam realizar seus sonhos olímpicos. A luta não está perto do fim… e vou comemorar quando estivermos todos aqui”.