Publicado
3 anos atrásno
Por
Jussara Melo
O padrasto acusado de matar Myrella Eloiza da Costa Lima, de 11 anos, na cidade de Eirunepé, distante de 1.159 quilômetros de Manaus, teve prisão preventiva decretada na noite da última quarta-feira (18/11). A decisão foi assinada pelo juiz de Direito Jean Carlos Pimentel dos Santos, que responde pela Vara Única da Comarca.
O magistrado aceitou parecer do promotor de Justiça Iranilson de Araújo Ribeiro, que pede que a prisão em flagrante de Antônio Sirlande Coelho da Silva, 28 anos, seja convertida em prisão preventiva. “Homologo a prisão em flagrante de Antônio Sirlande Coelho da Silva para que a mesma produza seus efeitos na forma da lei. Desse modo, converto-a em Prisão Preventiva, nos termos do art. 310, inciso II do Código de Processo Penal c/c art. 1º, II da Resolução n.º 87 do CNJ, por entender estarem presentes as hipóteses autorizadoras”, escreveu o juiz na decisão.
Segundo comentários de moradores de Eirunepé nas redes sociais, supostamente, a vítima já havia denunciado as investidas criminosas do padrasto contra ela para a própria mãe, mas a mesma não teria acreditado. Myrella então teria levado as denúncias até a professora e a direção da escola que estudava. Logo, a gestão da escola junto com pedagoga e professores teriam levado o relato ao conhecimento da mãe e a informaram que iriam acionar o Conselho Tutelar para apurar o caso. Na ocasião, a mãe teria negado as denúncias alegando que tanto ela quanto o padrasto saiam para trabalhar e por isso nada acontecia e que o relato de Myrella se tratava de “coisa de criança”. A mãe também teria intimidado a equipe da escola, sugerindo que se caso o pai da menina fizesse algo contra padrasto a direção da escola seria responsabilizada. Uma médica também teria tomado conhecimento pela própria criança, que também conversou com a mãe, que por sua vez, xingou a médica de louca.
Segundo informações de testemunhas que prestaram depoimento na Delegacia de Polícia de Eirunepé, momentos antes da ação criminosa, Antônio teria arrastado Myrella pelos cabelos, a menina teria reagido com gritos: “Pai, pai, me ajuda!”.
Ainda segundo informações, o padastro teria ultrapassado a mureta de um terreno onde teria cometido o estupro e em seguida desferido mais de 20 golpes de faca na menina. Populares que testemunharam os gritos da criança acionaram uma viatura da polícia que passava pelo local no momento.
Ao chegar no local descrito por testemunhas, os policiais encontraram Myrella ferida por todo o corpo e já sem vida. Através de exames, médicos detectaram que, além das mais de 20 estocadas, a menina também foi abusada sexualmente, segundo consta nos autos.
Já o padastro, Antônio Sirlande, foi encontrado caído na calçada da residência onde morava, com cortes de faca no peito e na barriga, ele teria tentado tirar a própria vida. O suspeito foi levado ao hospital da cidade, onde foi submetido a uma cirurgia e permaneceu internado. Assim que receber alta médica, o acusado deverá ser encaminhado à Cadeia Pública de Eirunepé.
O crime contra a menina Myrella de 11 anos, gerou comoção entre amazonenses de todo estado. Notas de condolências foram publicadas nas páginas da Prefeitura de Eirunepé, do Prefeito Raylan Barroso e da Coordenadoria Regional de Educação de Eirunepé. Mensagens expressando tristeza pelo sofrimento da criança e de solidariedade aos familiares e amigos tomaram conta das redes sociais, tanto de moradores locais quanto de eirunepeenses que vivem em outras cidades.
Em uma postagem no Facebook, Jhonny Marques lamentou o crime cruel sofrido pela menina e manifestou solidariedade aos amigos e familiares de Myrella, além de chamar a atenção para os cuidados de pais e responsáveis para com as crianças.
Confira também Vídeo: População acompanha cortejo de Myrella, de 11 anos, estuprada e morta pelo padrasto, em Eirunepé no AM
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