Tóquio teve a honra de declarar abertos os Jogos Paralímpicos. Primeira cidade a ter tal privilégio por ter sediado também o evento em 1964, a capital japonesa celebrou nesta terça-feira o início das Paralimpíadas de 2020. O evento vai até 5 de setembro.
Humilde em comparação a edições anteriores e sem público em virtude da pandemia de Covid-19, a festa emocionou ao homenagear o Afeganistão, ao promover reflexões sobre inclusão e igualdade e incentivar as conquistas de uma parcela tão expressiva da população mundial, mas ainda discriminada.
A abertura dos Jogos foi declarada oficialmente pelo imperador Naruhito, logo após discursos da presidente do Comitê Organizador dos Jogos, Seiko Hashimoto, e do presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC), o brasileiro Andrew Parsons, que reforçou os desafios impostos pela pandemia e reforçou a necessidade de união entre os povos e para usar as diferenças como fator de inclusão, não de discriminação.
Na ocasião foi celebrada a campanha “#Wethe15”, “Nós os 15”, na tradução para o português. Ela lembra que 15% da população mundial, cerca de 1,2 bilhão de pessoas, têm algum tipo de deficiência e aspira ser o maior movimento de direitos humanos da história.
Imagem: Alex Pantling/Getty Images
Alguns países, como o Brasil, optaram por levar grupos reduzidos à festa. O Comitê Paralímpico Brasileiro selecionou Petrúcio Ferreira (atletismo) e Evelyn Oliveira (bocha) como porta-bandeiras, e Alberto Martins (diretor técnico do CPB) e Ana Carolina Alves (técnica da classe BC4 da bocha e staff de Evelyn) completaram o número mínimo exigido.
A alegria da dupla de atletas era evidente, e Petrúcio puxou uma dancinha animada para extravasar a emoção e foi tietado por um estrangeiro. Vale lembrar que o paraíbano é o atleta paralímpico mais rápido do mundo e ostenta o título de campeão paralímpico dos 100m na classe T47 na Rio 2016, além de bicampeão mundial nas edições de 2017 e 2019 e recordista mundial na distância.
Evelyn também foi medalha de ouro na Rio 2016 nas duplas mistas da bocha na categoria BC3 ao lado de Antônio Leme, o Tó – Evani da Silva foi reserva. Ao todo o Brasil terá 253 atletas competindo Tóquio, número menor apenas do que o dos anfitriões.
Na parte final da cerimônia finalmente o fogo paralímpico entrou no estádio nacional. Foram reunidas chamas acesas em cada uma das 47 prefeituras do Japão e em Stoke Mandeville, no Reino Unido, berço do movimento paralímpico.
Imagem: Alex Pantling/Getty Images