Amazonas
Durante o Janeiro Branco, hospital Delphina Aziz realiza acolhimento psicológico a pacientes atendidos na unidade
Adoecimento físico e psicológico caminham juntos, a medida em que corpo e mente estão conectados
Adoecimento físico e psicológico caminham juntos, a medida em que corpo e mente estão conectados
Publicado
10 meses atrásno
Pacientes que recebem atendimentos no Hospital Delphina Rinaldi Abdel Aziz, unidade vinculada à Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), encontram acolhimento psicológico individual e em grupos, durante todo o ano, com intervenções voltadas para a saúde mental, com o objetivo de agregar valor aos atendimentos.
A psicóloga hospitalar Ana Paula Nabero explica que, além dos serviços oferecidos beira-leitos, existem as intervenções coletivas que também fazem parte da rotina do hospital.
“O projeto ‘Re-esperar’ é voltado para pacientes em sala de espera para procedimentos cirúrgicos, oferecendo exercícios de respiração e relaxamento com intuito de reduzir o nível de ansiedade que pode causar alterações nos sinais vitais, além de tensão muscular. Após o início do projeto, reduzimos consideravelmente a quantidade de procedimentos suspensos”, explicou a psicóloga.
O paciente Raimundo Paulo Barros da Silva, 56, que aguardava para realização de cirurgia oftalmológica, conta que esse trabalho de relaxamento momentos antes de passar pelo procedimento trouxe alívio e segurança para ele. “Foi ótimo, consegui relaxar, a gente fica preocupado, nervoso e apreensivo quando vai chegando a hora da cirurgia, e fazer esses exercícios ensinados diminuiu o nervosismo e me deixou mais seguro, é uma coisa muito boa, muito positiva o que as psicólogas fazem com a gente”, contou o industriário.
Outro trabalho de cuidado com a saúde mental, realizado dentro do Hospital Delphina pela equipe de psicologia, é a intervenção coletiva com pacientes que estão internados em longos períodos na unidade. Duas vezes na semana é formado um grupo com pessoas que estão em tratamento, ou aguardando para passar por procedimentos.
“Esse tempo de internação mais longo gera sintomas semelhantes a ansiedade, como a angústia, estresse, frustração, raiva, humor deprimido devido ao tempo estendido dentro do hospital. Daí surgiu a ideia de formar um grupo terapêutico para que eles possam compartilhar as emoções, trocar experiências, receber acolhimento. Uma psicoeducação sobre pensamentos, emoções, comportamentos para aprendam a reconhecer essas emoções e as manejar, tendo assim mais controle das respostas comportamentais”, explica a também psicóloga hospitalar Isis Gabriela Lemos, ao contar que essa intervenção também abrange familiares e acompanhantes que estão presentes no momento.
A paciente cardiopata Maria do Socorro Silva e Silva Caldas, 58, internada na unidade há um mês, fala do apoio psicológico que recebe na unidade. Para ela, os encontros trazem conforto e fazem com que a espera seja mais tranquila.
“Estou com saudade de tudo, da minha casa, dos meus animais, dos meus filhos, do meu netinho, e mesmo internada esse tempo todo, eu me sinto acolhida. A maneira que elas conversam com a gente, explicam tudo direitinho, como podemos aprender a lidar com a situação, nos deixa tranquilos. Quando a gente vai para reunião me sinto com a autoestima melhor. Elas tiram nossas dúvidas, nos dá um novo fôlego. Nem sei como seria ficar internada esse tempo todo se não tivesse esse acompanhamento. A gente respira e continua a vida, aguardando até poder voltar para casa”, disse a dona de casa, viúva, mãe de quatro filhos.
Com o tema ‘Saúde mental enquanto há tempo! O que fazer, agora?’, para este ano, a campanha nacional destaca a importância dos cuidados com a saúde mental aproveitando o primeiro mês do ano, que em termos simbólicos e culturais, as pessoas estão mais propensas a pensar em suas vidas, em suas relações sociais, em suas condições de existência, em suas emoções e em seus sentidos existenciais.
“Falar em Janeiro Branco, de cuidar da saúde mental para essa realidade aqui dentro, é fundamental no sentido de que, quando se pensa em hospital, a gente foca muito no adoecimento físico, no adoecimento fisiológico e, no final das contas, corpo e mente estão conectados. Se você passa por um adoecimento físico, muitas vezes grave, mexe com o emocional. Esse tema vem como uma luz para refletir sobre o papel do psicológico no processo de saúde e na doença porque podem interferir contra ou a favor da melhora clínica do paciente”, explica a psicóloga Ana Paula.
O Complexo Hospitalar Zona Norte (CHZN), que compreende o Hospital Delphina Aziz e a UPA Campos Salles, realiza ações relacionadas à saúde mental com o objetivo de contribuir com o desenvolvimento das relações humanas no ambiente de trabalho, oferecendo suporte emocional quando necessário com atendimento individualizado, além das ações que avaliam riscos psicossociais, e trabalham o relacionamento interpessoal e gestão de estresse e tempo.
“A saúde mental dos colaboradores é algo de extrema relevância para a instituição, projetos como o ‘Qualidade de Vida’ que já faz parte da rotina e, agora, com o ‘Positivamente’, iniciado em janeiro, realizamos ações de descompressão, estejam eles em momentos estressantes ou não, com atividades de prevenção, elaboradas por toda nossa equipe multiprofissional”, explica a psicóloga do trabalho Jeane Pimentel.
Sou o idealizador do No Amazonas é Assim e um apaixonado pela nossa terra. Gravo vídeos sobre cultura, comunicação digital, turismo e empreendedorismo além de políticas públicas.
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