Publicado
2 anos atrásno
Por
Jussara Melo
O governador Wilson Lima anunciou, nesta quarta-feira (16/11), a ampliação da carta de serviços executados no Hospital Delphina Aziz, na zona norte de Manaus. De forma inédita, a unidade vai passar a realizar transplantes renais e serviços de otorrinolaringologia, como o implante coclear, a partir de 2023. O governador anunciou ainda que, a partir de 2024, o hospital também começará a realizar transplante de fígado.
O investimento do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), para a realização dos transplantes de rim será de R$ 1 milhão mensais. A implantação dos serviços vai melhorar a qualidade de vida dos pacientes, reduzindo a necessidade de saída do domicílio, proporcionando assistência mais próxima de seus familiares.
“A nossa grande preocupação é dar qualidade de vida para aquele paciente que necessita de um transplante, com a possibilidade de realizar aqui no Amazonas, estar ao lado da família e não ter que viver aquela ansiedade de estar em outro estado, município, onde na maioria das vezes a família não tem parentes e tem muitas despesas”, destacou o governador Wilson Lima.
O anúncio contou com a presenta do secretário de Estado de Saúde, Anoar Samad, e participação de representantes de organizações ligadas aos pacientes transplantados, entre elas a Associação de Pré e Pós-Transplantados de Fígado e portadores de Doenças Crônicas e Hepáticas do Amazonas (APTCH-AM); a Associação dos Transplantado de Hepáticos do Amazonas (ATHA); a Associação do Transplantado do Amazonas; e a Federação das Associações de Renais e Transplantados do Brasil (Farbra).
O membro da Farbra, Luiz Belém, falou sobre a importância do lançamento do serviço, que era aguardado há anos pelos pacientes do Amazonas.
“É extremamente importante que a pessoa consiga fazer o transplante onde ela vive, porque ela vai ter um acolhimento melhor tanto da família quanto do local em que ela se encontra. São muitas variáveis que ajudam o paciente até mesmo a se recuperar”, informou Luiz Belém, duas vezes transplantado renal, primeiro em São Paulo, em 1993, e mais recentemente em Curitiba, em 2018.
Desde 2019 o Hospital Delphina Aziz tem recebido uma série de investimentos do Governo do Amazonas, que recebeu a unidade com apenas 10 leitos de Unidade de Terapia Intensiva e com apenas 30% da sua capacidade em funcionamento. Atualmente, o hospital conta com 383 leitos, sendo 180 de UTI, e com 100% da sua capacidade em operação.
Os transplantes de rins já haviam sido realizados anteriormente no Amazonas, mas eram feitos por meio de parceria com a rede privada, que foi encerrada em janeiro de 2018. Desta vez, de maneira inédita, todo o procedimento será integralmente executado na rede pública estadual de saúde. A meta inicial é realizar oito transplantes mensais.
O início dos transplantes está previsto para o primeiro semestre de 2023, mas a rede já trabalha nas fases preparatórias, incluindo a capacitação de equipes médicas, enfermagem e multiprofissionais, que está sendo realizada pelo Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), com apoio do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) do Ministério da Saúde.
No Delphina Aziz será feito o transplante renal de doador vivo ou falecido, compreendendo toda a linha de cuidado, desde o pré e pós-transplante até possíveis intercorrências. A implementação do transplante renal trará avanços importantíssimos para o Amazonas, tanto para a rede estadual de saúde como para o funcionamento do sistema nacional de transplantes.
A partir do ano que vem, o Delphina Aziz passará também a realizar serviços de otorrinolaringologia, com destaque para o implante coclear, que hoje não é feito no Amazonas. Para a implantação do serviço, a SES investirá, mensalmente, recursos no montante de R$ 230 mil.
O implante coclear será realizado observando as diretrizes da Portaria de Consolidação nº 03/2017, das Diretrizes Gerais para a Atenção Especializada às Pessoas com Deficiência Auditiva no SUS.
A unidade também passa a realizar exames bioquímicos, hematológicos e hemostasia; exames sorológicos e imunológicos; exames coprológicos; de uroanálise; hormonais; toxicológicos ou de monitorização terapêutica; microbiológicos; imunohematológicos; citopatológicos; anatomopatológicos. Serão feitas ainda biópsia por agulha (histopatologia); e biópsia de peças grandes (histopatologia + imunoflorescência).
Devem ser realizadas, por mês, 463 cirurgias em regime de internação, entre cirurgias gerais, ginecológicas, urológicas, proctológicas, de otorrinolaringologia, além de cirurgias vasculares e torácicas. Por mês, em regime de hospital, o Delphina Aziz deve executar 710 procedimentos, entre cirurgias urológicas, ginecológicas, vasculares, dermatológicas, oftalmológicas, coleta de material por meio de biópsia, entre outras.
Entre as metas também está o atendimento mínimo de cerca de 10,4 mil consultas médicas por mês, divididas nas seguintes especialidades: Cardiologia Geral, Endocrinologia Geral, Endocrinologia Pediátrica, Reumatologia Geral, Gastroenterologia Geral, Gastroenterologia Pediátrica, Nefrologia Geral, Neurologia Geral, Neurologia Pediátrica, Urologia Geral, Mastologia Geral, Psicologia, Nutrição, Fonoaudiologia, Fisioterapia e Assistência Social, além das consultas para transplante.
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