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Manaus, AM, terça, 17 de dezembro de 2024

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Caso Mangue 937 : Onde estão os envolvidos por esse banho de sangue 6 anos depois

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Mangue 937 : Onde estão os envolvidos por esse banho de sangue 6 anos depois

Há 6 anos, no dia 2 de março de 2018, ocorria um dos crimes mais chocantes da história recente do Ceará, conhecido como Mangue 937, que ainda ecoa na memória coletiva pela sua natureza bárbara e cruel. Três mulheres, Darcyelle Ancelmo de Alencar, Nara Aline Mota de Lima e Ingrid Teixeira Ferreira, foram vítimas desse ato brutal, que envolveu tortura, esquartejamento e mutilação de seus corpos no manguezal do bairro Vila Velha, em Fortaleza.

Seis homens foram responsabilizados pelo crime e submetidos a julgamento popular em 27 de fevereiro de 2019. Juntos, receberam penas que totalizam mais de 335 anos de prisão. Um sexto envolvido, capturado em 2020, foi condenado a 83 anos de reclusão em abril de 2022, por sua participação nos homicídios brutais.

A motivação por trás desses assassinatos atrozes remonta a rivalidades entre facções criminosas no Ceará. As vítimas eram associadas a uma facção de origem carioca que operava na região, vista como adversária por outra organização cearense, à qual os condenados pertenciam.

Os laudos cadavéricos, parte da denúncia do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), revelaram os detalhes chocantes da violência infligida às vítimas. Enquanto Nara e Ingrid pereceram devido à decapitação, Darcyelle foi fatalmente atingida por um disparo de arma de fogo, embora sua cabeça tenha sido removida após a morte.

Os criminosos ocultaram os cadáveres esquartejados em uma ilhota no Rio Ceará, a cerca de um quilômetro da margem, e os corpos só foram encontrados uma semana após o crime, no dia 9 de março de 2018, após um dos envolvidos apontar a localização.

Como ficaram os acusados do sanguinário caso Mangue 937

Como ficaram os acusados do sanguinário caso Mangue 937

ONDE ESTÃO OS AUTORES DO CRIME?

Os condenados pelos crimes são Francisco Robson de Souza Gomes, Bruno Araújo de Oliveira, Jeilson Lopes Pires, Rogério Araújo de Freitas e Júlio César Clemente da Silva e Jonathan Lopes Duarte​. De acordo com as últimas movimentações processuais as quais o Diário do Nordeste teve acesso, pelo menos três do grupo ainda se encontram presos. Todos foram sentenciados a cumprir a pena em regime fechado.

Bruno, Francisco e Jeilson começaram o cumprimento na Unidade Prisional Professor Olavo Oliveira II (UPPOO II), em Itaitinga, na Grande Fortaleza. Rogério, que depois do julgamento ficou foragido e só foi preso em 2021 no município de Mombaça.

Francisco Robson de Souza Gomes, condenado a 85 anos por ser o mandante do crime, estava encarcerado na Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso Sul, e participou do júri, em 2019, por videoconferência.

Conforme o processo, Jonathan está preso na Unidade Prisional Professor José Sobreira de Amorim (UP-Sobreira Amorim). O único que está solto é Júlio César, conforme a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP).

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O grupo foi sentenciado por três homicídios triplamente qualificados (por motivo torpe, meio cruel e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima), destruição e ocultação dos cadáveres, participação em organização criminosa, porte ilegal de arma de fogo e tortura.

O Diário do Nordeste solicitou à Secretaria Nacional de Políticas Penais uma atualização sobre a situação prisional de um dos condenados, e aguarda resposta.

Vídeo +18: Relembre o caso Mangue 937

Vídeo +18: Relembre o caso Mangue 937

CRIME BÁRBARO NOS MOLDES DO ESTADO ISLÂMICO

O crime bárbaro foi encomendado para ocorrer nos moldes das execuções do grupo terrorista Estado Islâmico, de acordo com a promotora de acusação Joseana França, que representou o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) no júri.

Francisco Robson, conhecido pela alcunha de “Mitol”, ordenou o crime de dentro da prisão, na função de líder de organização criminosa. Ele mandou os comparsas filmarem toda a ação em um “vídeo islâmico”, em referência aos registros do grupo extremistas faz de suas execuções.

A ordem foi dada por Robson a seu braço direito, Jeilson Lopes Pires, o “Jê”. As imagens, inclusive, circularam pelas redes sociais, e não serão reproduzidas nesta matéria devido ao conteúdo violento.

Em um dos registros, as mulheres são obrigadas falar que estão “rasgando a camisa” de uma facção para entrar em outra.

“Eu estou há 13 anos no júri e nunca vi um negócio desses. Duas delas foram mortas por decapitação, o laudo cadavérico fala. A Nara Aline levou pisa de pá; cortaram os dedos, o braço e a perna dela. O que aquela moça passou não existe. O agravante é que o facão utilizado na execução, comumente usado como instrumento corto-cortante, estava cego, ou seja, se tornou corto-contundente. “Eles usaram como se fosse um machado”, disse a promotora à época do julgamento.

Mangue 937 : Onde estão os envolvidos por esse banho de sangue 6 anos depois

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Com informações do Diário do Nordeste

 

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