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Manaus, AM, quinta, 19 de dezembro de 2024

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Pequena ilha no Pará se destaca na pesquisa sobre o geomagnetismo

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Ilha de Tatuoca, no Pará, onde fica um dos dois observatórios magnéticos em funcionamento no Brasil. Foto: divulgação/ Katia Pinheiro

Há quase 62 anos, uma pequena e desconhecida ilha no Pará, localizada a 12 km da costa, tem uma importância estratégica: é um dos dois pontos brasileiros de captação magnética da Terra e responsável por medir importantes fenômenos geofísicos. Acessível apenas por uma viagem de cerca de 30 minutos de barco saindo da cidade de Icoaraci, o observatório magnético de Tatuoca é coordenado pela pesquisadora grantee do Serrapilheira Katia Pinheiro e vem se destacando como um centro de pesquisas geomagnéticas.

Os dois observatórios magnéticos brasileiros pertencem ao histórico Observatório Nacional, criado em 1827 por Dom Pedro I. Além de Tatuoca, a instituição conta com o centenário observatório de Vassouras, localizado no centro-sul do estado do Rio de Janeiro e fundado em 1915. Atualmente, no entanto, por conta do crescimento da cidade, as interferências já são perceptíveis nos dados. Para evitar ruídos, é preciso que carros, por exemplo, estejam a uma distância mínima de 100 metros – o que, em um centro urbano, acaba sendo quase impossível.

Em Tatuoca, por outro lado, como não há moradores, carros nem atividade alguma além da do observatório magnético, o ambiente é propício para as captações. Ainda assim, o controle é rigoroso: não se pode entrar no observatório com brincos, cintos ou qualquer item que contenha metal e possa criar interferência.

“Em 2012 registramos em Tatuoca a passagem do Equador magnético, onde o campo é completamente horizontal”, conta Katia Pinheiro. “A consequência é a formação de intensas correntes elétricas na ionosfera a cerca de 100 km de altitude. Este fenômeno é importante tanto para estudos de geofísica espacial quanto para pesquisas envolvendo a evolução do campo no núcleo.”

A mais recente descoberta feita pelo observatório foi em setembro de 2020, mostrou resultados importantes sobre o chamado eletrojato equatorial, dados extraídos de mais de 60 anos, apontam que o deslocamento magnético do equador no Brasil foi o maior em comparação ao resto do mundo, 1100 km de deslocamento para o norte. Em consequência, o eletrojato equatorial gera uma amplificação da variação diurna 1 da componente horizontal do campo.

O estudo mostra a forma e intensidade de como a variação diurna no observatório ao longo dos anos. Em comparação aos campos gerados por correntes de baixa e médias latitudes, o campo magnético mostra uma maior amplitude de variação, ocasionando influência nas estações do ano e oscilações atmosféricas.

Outra importante descoberta foi feita no ano de 2012, onde foi registrado a passagem do Equador magnético, onde o campo é de forma horizontal. O fenômeno tem sua importância para os estudos de geofísica espacial e para pesquisas que envolvam a evolução do campo no núcleo.

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